A Guerra Mundo

Sites piratas da imprensa europeia servem narrativa pró-Rússia

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Foto Shutterstock

Sites piratas continuam a replicar a identidade gráfica de jornais europeus, como o Le Parisien, fenómeno que começou com o conflito na Ucrânia, para difundir artigos pró-Rússia e anti-Ocidente, e foi denunciado há mais de oito meses.

Esta operação de influência, que já atingiu jornais como The Guardian, Bild ou Le Monde, foi denunciada em setembro mas continua ativa, segundo a agência AFP.

Usando o mesmo design e carta gráfica, logotipo, links para a página inicial e para os artigos mencionados nos sites, este plágio do jornal Le Parisien, desde o final de fevereiro, motivou a apresentação, em maio, de uma queixa contra a empresa gestora da alocação de nomes de domínio, a Icann.

"É um site que se parece com o Le Parisien em todos os sentidos... exceto no conteúdo", escreveu o Le Parisien, em 11 de maio, denunciando o plágio.

As páginas piratas parecem-se com as do Le Parisien, porém há um detalhe diferente: o nome de domínio da URL desse site (.ltd) é diferente do do jornal francês(.fr).

No início de maio, o ex-senador francês Yves Pozzo di Borgo, um dos transmissores de propaganda pró-Rússia em França, partilhou no Twitter um desses artigos do jornal sobre um suposto "êxodo em massa" de soldados ucranianos "para escapar da escravidão militar", justificando posteriormente ter sido enganado.

Mas um dos tweets transmitindo o link foi partilhado mais de 600 vezes, e ainda está ativo, segundo a AFP, que lembra que o jornal parisiense não é a única vítima.

Uma pesquisa publicada em setembro, pela organização europeia EU DisinfoLab, especializada no combate à desinformação, contabilizou os sites de 17 meios de comunicação europeus copiados no âmbito de uma operação de influência do género.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

A ONU apresentou como confirmados, desde o início da guerra, 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que os números estão aquém dos reais.