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Jornalista morto a tiro na região noroeste dos Camarões

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Foto Shutterstock

Um jornalista foi morto a tiro na região noroeste dos Camarões, atingida pelo conflito entre separatistas e o Exército, segundo a Amnistia Internacional (AI), que pediu uma investigação "imparcial" sobre os factos.

"Apelamos às autoridades [dos Camarões] para que levem a cabo uma investigação eficaz, independente e imparcial sobre a morte de Anye Nde Nsoh, jornalista morto a tiro a 7 de maio em Bamenda, na região noroeste", disse a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional no Twitter.

A imprensa local relata que o jornalista, editor regional do semanário The Advocate e colaborador em várias estações de rádio, foi morto por homens armados na noite de domingo, quando estava num bar.

A notícia surgiu mais de três meses depois do assassínio de um outro jornalista, Martinez Zogo, locutor da rádio Amplitude FM, cujo corpo sem vida e mutilado foi encontrado a 22 de janeiro, depois de ter sido raptado cinco dias antes na capital camaronesa, Yaoundé.

Zogo tinha denunciado um caso de alegado desvio de fundos envolvendo o empresário Jean-Pierre Amougou Belinga, proprietário de vários meios de comunicação social e alegadamente próximo do ministro das Finanças dos Camarões, noticiou na altura a organização Repórteres Sem Fronteiras.

Embora os Camarões tenham uma longa lista de meios de comunicação social e a liberdade de imprensa no país tenha melhorado ligeiramente nos últimos anos, o trabalho dos jornalistas continua a ser altamente arriscado.

As regiões do noroeste e sudoeste do país são palco de um conflito entre grupos armados que exigem a independência de um estado a que chamam Ambazónia e forças de segurança destacadas pelo Governo do Presidente Paul Biya, 89 anos, que governa os Camarões com mão de ferro há quase 40 anos.

Parte da população anglófona sente-se ostracizada pela população francófona. O conflito matou mais de 6.000 pessoas desde o final de 2016 e forçou mais de um milhão a fugirem das suas casas, de acordo com a ONG International Crisis Group (ICG).

Tanto os rebeldes como os militares e a polícia são regularmente acusados por ONG internacionais e pela ONU de cometerem abusos e crimes contra a população civil.