Governação de mentiras

“O Estado deve manter a maioria do capital da TAP”, “não é só uma companhia de aviação, é a garantia da independência nacional, da ligação do nosso território descontínuo e as comunidades emigrantes e um instrumento fundamental para economia portuguesa e para a afirmação da plataforma atlântica de Portugal”, “… e em circunstância alguma o Estado poderá perder a maioria do capital da TAP” justificou António Costa (AC) para renacionalizar a TAP. Continuidade territorial, diáspora e plataforma atlântica já constavam no anterior acordo de privatização. Três anos volvidos e 4.000 milhões de euros subtraídos ao Estado que poderiam ter sido investidos na Saúde e na Educação, nomeadamente para pagar a contagem integral do tempo de serviço dos professores, vem AC dar o dito por não dito de tudo o que afirmou para justificar a renacionalização da TAP. De repente a privatização que não servia e que segundo AC não só ponha em causa a “independência nacional” como inviabilizaria a TAP passa a ser um imperativo e um instrumento imprescindível para a sua viabilização. Não foram nem serão as últimas mentiras de AC para enganar os portugueses, lembremo-nos das promessas de investimento inscritas nos sucessivos OE que nunca foram e provavelmente nunca serão cumpridas, da última campanha eleitoral quando no debate com Rui Rio AC mentiu com total desfaçatez afirmando que as empresas de aviação de David Neeleman tinham falido em todo o mundo e que isso fora um dos motivos para renacionalizar a TAP. AC é mesmo assim mente com a mesma convicção com que uma vez por outra fala verdade e não é de agora já vem muito detrás. Ao recusar o pedido de demissão de J. Galamba considerando-o um “gesto nobre”, enquanto aceitou sem a mesma consideração a demissão de P. N. Santos (PNS), AC mostrou que não perdoa a PNS ter posto a nu falhas dos últimos anos de governação do PS na habitação e infraestruturas, contrariando esta governação de mentiras de AC.

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