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Conselho de Ilha da Terceira preocupado com aumento do custo da electricidade para empresas

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O Conselho de Ilha da Terceira, nos Açores, manifestou-se hoje preocupado com o aumento do custo da eletricidade na região, alertando para a possibilidade de encerramento de "muitas empresas".

"Para alguns utentes, esse aumento pode chegar aos 82% do valor atual, o que levará certamente ao fecho de muitas empresas, principalmente no setor da transformação onde os consumos são maiores e onde se concentram os maiores aumentos", avançou hoje o órgão liderado pelo presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), Marcos Couto, em comunicado.

Os conselheiros, que se reuniram em 26 de janeiro, defenderam que "é altura de procurar outras soluções para o fornecimento de energia elétrica nos Açores", alegando que a Madeira já avançou com a revisão da regulamentação do setor.

Para o Conselho de Ilha da Terceira, urge "tomar medidas que levem ao fim do monopólio de produção, distribuição, comercialização de eletricidade" nos Açores.

Defende ainda que "é altura de estudar a possibilidade de saída da ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos], tendo em conta a situação concreta do arquipélago em matéria energética".

Os conselheiros manifestaram-se, por outro lado, preocupados com "as posturas bairristas e centralistas que têm chegado da ilha de São Miguel" sobre o novo cabo submarino que liga os Açores ao continente e à Madeira.

"Os benefícios da entrada do cabo pela ilha Terceira estão suportados tecnicamente, sendo claro que nenhuma ilha sai prejudicada, saindo os Açores claramente beneficiados ao nível da segurança", lê-se no comunicado.

O Conselho de Ilha "condena a posição do deputado à Assembleia da República do PSD Paulo Moniz", alegando que "tudo tem feito para que o cabo não entre pela Terceira".

Para os conselheiros, este é apenas mais um exemplo de "tendências centralistas da região", já registadas em áreas como a saúde e os transportes.

"Nunca, no entanto, estas posições foram tão abertamente assumidas, tendo como base um sentimento, não de união, mas de claro repúdio a todas as outras ilhas", alertaram.

O órgão reivindicou também a existência de ligações aéreas entre a Terceira e o arquipélago da Madeira, duas a três vezes por semana, como acontece para a ilha de São Miguel.

Manifestou-se ainda preocupado com o facto de a pousada da juventude da ilha estar encerrada "há mais de dois anos" e em "crescente degradação"

Foi apresentada, igualmente, uma "preocupação dos pais em relação a acontecimentos que revelam a existência de fenómenos que comprometem a segurança nas escolas".

O Conselho de Ilha da Terceira decidiu apresentar ao Governo Regional um memorando com as principais preocupações da ilha, destacando o prolongamento do porto da Praia da Vitória, ampliação do aeroporto da ilha Terceira e as obras de ampliação do porto das Pipas, em Angra do Heroísmo.

Os conselheiros lamentaram que o executivo tenha deixado de realizar visitas estatutárias à Terceira, alegando que noutras ilhas o executivo tem anunciando o reforço de ligações aéreas no final das reuniões que tem com os conselhos de ilha.