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Investigador da Universidade do Algarve lidera estudo internacional sobre forma das mandíbulas

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O investigador da Universidade do Algarve (UAlg) Ricardo Miguel Godinho liderou uma equipa de investigadores de Portugal e Israel que estudaram as mandíbulas das pessoas que viveram entre o período Mesolítico e Calcolítico, foi hoje divulgado.

"Não encontramos diferenças significativas no tamanho mandibular entre os grupos [populacionais], mas encontramos diferenças significativas entre eles na forma", é uma das conclusões do estudo publicado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Universidade de Jerusalém, instituições que também financiaram o projeto.

Ricardo Miguel Godinho é investigador do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da UAlg.

Segundo um comunicado desta instituição de ensino superior, os resultados do estudo, que durou vários anos, demonstram que "as diferenças de forma que existem entre estas populações Mesolíticas, Neolíticas e Calcolíticas resultam, maioritariamente, de diferenças na história populacional".

O estudo incluiu o período temporal em que a agricultura foi introduzida, nos atuais territórios de Portugal e Israel.

"Os nossos resultados mostram que a forma das mandíbulas dessas pessoas que viveram na transição do Mesolítico para o Neolítico na Península Ibérica se deve maioritariamente à história populacional e à ancestralidade", afirma Patricia Smith, da Universidade de Jerusalém, citada na nota, que é uma das autoras do artigo cientifico.

A investigadora acrescenta que "a dieta [alimentação] tem certamente impacto, mas muito mais reduzido que a estrutura populacional".

O comunicado explica que a invenção da agricultura e pastorícia no próximo Oriente, há aproximadamente 10.000 anos antes da atual era, proporcionou uma nova forma de subsistência e novos alimentos para consumo.

Segundo a nota, os investigadores podem detetar estas mudanças na dieta, estudando, por exemplo, o desgaste dentário, realizando análises químicas de isótopos relacionados com a dieta, e análises ao tártaro dentário.

"A mudança para uma dieta maioritariamente agrícola também teve impacto na forma de ossos do nosso aparelho mastigatório [mandíbulas]", concluem.