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Milhares de georgianos nas ruas de Tbilissi em apoio à UE após decisão de Bruxelas

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Foto EPA

Vários milhares de georgianos reuniram-se hoje ao final da tarde em Tbilissi, em apoio à União Europeia (UE), após a decisão de Bruxelas de recomendar a concessão do estatuto de candidato à adesão deste pequeno país caucasiano.

Perante a multidão com bandeiras da UE e da Geórgia, a Presidente pró-ocidental Salomé Zourabichvili, com poderes limitados, apelou aos 27 Estados-membros para concederem o estatuto de candidato oficial à Geórgia.

"Pedimos que concedam ao nosso país o estatuto de candidato, de acordo com as aspirações de longa data da nação georgiana e a vontade inabalável do seu povo", frisou.

"O nosso futuro está nas vossas mãos, na Europa. Este futuro não tem alternativa", acrescentou.

Uma decisão final, tomada pelos chefes de Estado da UE, deverá ocorrer no próximo mês de dezembro, numa cimeira.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje esta recomendação, que também inclui a abertura de negociações de adesão com a Ucrânia e com a Moldova.

Também o primeiro-ministro georgiano, Irakli Garibachvili, saudou hoje uma "vitória histórica", durante um discurso transmitido pela televisão.

"Estamos a obter um estatuto que o povo georgiano merece", apontou.

Salomé Zourabichvili prometeu que continuará "a desempenhar o papel de líder pró-europeia, a fim de promover e fazer avançar as reformas ainda necessárias".

Contudo, os seus poderes são limitados e os seus adversários são numerosos.

Em outubro, o Parlamento tentou a sua destituição, que apenas fracassando por cerca de 15 votos, e fações importantes de deputados acusam o Governo de minar a candidatura à UE da Geórgia, país caucasiano que se tornou independente em 1991, para seguir uma política pró-Rússia.

Tal como a Ucrânia e a Moldova, duas outras antigas repúblicas soviéticas, a Geórgia tomou medidas acordadas com Bruxelas para se tornar candidata à adesão logo após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro do ano passado.

A ofensiva reavivou más memórias da intervenção militar russa no seu território em 2008.

As adesões à UE e à NATO, que já foram consagradas na Constituição da Geórgia, contam com o apoio de mais de 80% da população georgiana, de acordo com várias sondagens.

Salomé Zourabichvili apelou aos seus concidadãos para se concentrarem hoje à noite em frente à residência presidencial, na capital, Tbilissi, para mostrarem o seu desejo de adesão à UE.