Um cidadão georgiano foi hoje morto por soldados russos perto da região separatista da Ossétia do Sul, controlada por Moscovo desde a sua invasão em 2008, um episódio relativamente raro que ocorre em plena tensão entre os dois vizinhos.

"Um cidadão georgiano morreu na sequência de um disparo efetuado pelas forças de ocupação russas perto da aldeia de Kirbali, na cidade de Gori", informaram os serviços de segurança georgianos em comunicado.

Não foram fornecidos pormenores sobre a identidade da vítima ou as circunstâncias exatas da sua morte, mas as forças de segurança afirmaram que "outro cidadão georgiano [foi] detido ilegalmente".

A Presidente georgiana, Salome Zubrabishvili, cujos poderes são limitados, manifestou imediatamente a sua "profunda indignação pelo facto de as forças de ocupação russas terem matado a tiro um cidadão georgiano durante uma detenção ilegal".

Descrevendo a violência apresentada como um "ataque evidente ao Estado georgiano", a líder, eleita em 2018, instou a "comunidade internacional a condenar as ações da Rússia, que violaram de forma clara todas as normas internacionais".

As tensões entre a Rússia e a Geórgia estão a aumentar há vários meses devido à guerra na Ucrânia.

Tiblissi apresentou a Bruxelas a sua candidatura à adesão à UE logo após a invasão russa à Ucrânia, no ano passado, revivendo as más recordações da guerra entre a Rússia e a Geórgia em 2008.

Desde essa curta guerra, ganha pelo exército russo, Moscovo ocupou as regiões da Ossétia do Sul e Abecásia.

A adesão à União Europeia e à NATO, consagrada na Constituição da Geórgia, conta com o apoio de mais de 80% da população georgiana, segundo sondagens de opinião.