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PCP diz que país precisa de soluções e não eleições

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O secretário-geral do PCP defendeu hoje que o país precisa de "soluções e não de eleições", mas considerou que o Governo está "profundamente fragilizado" e não é possível manter o atual quadro político, manifestando-se preparado para ir a votos.

"Tal e qual como há um ano e meio atrás, do que nós precisamos é de soluções e não de eleições", defendeu Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas na sede nacional do PCP, em Lisboa, depois de ser conhecido o pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa.

O líder do PCP referiu, contudo, que o "Governo está profundamente fragilizado" e "não é possível continuar" no atual quadro político, acrescentando ainda que o executivo não estava a dar resposta aos problemas enfrentados pela população.

Para Paulo Raimundo, os últimos desenvolvimentos governativos, incluindo a demissão de António Costa, "são consequência da fragilização do Governo que é indissociável das suas opções políticas que deixam sem resposta e solução os principais problemas dos trabalhadores e do povo".

"O PCP relembra que estamos perante um Governo e uma maioria absoluta constituídos a partir do argumento da estabilidade e de uma operação de chantagem que contou com a colaboração do Presidente da República", referiu.

Recordando que, no plano constitucional, não é obrigatório que a demissão do primeiro-ministro suceda obrigatoriamente à dissolução da Assembleia da República, o dirigente comunista sublinhou que cabe "ao Presidente da República a avaliação final dos desenvolvimentos institucionais futuros, assumindo as responsabilidades que daí decorrem".

"No atual quadro político e institucional, não pode deixar de se considerar a saída de dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições, eleições para as quais o PCP está preparado", afirmou.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje a sua demissão ao Presidente da República, aceite por Marcelo Rebelo de Sousa, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

O Presidente convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.

Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".