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Vencer a insularidade (II)

A UMa possui um conjunto de características que a diferenciam positivamente

Em pretérita coluna de opinião, publicada em setembro do ano passado, a propósito de tema em apreço, fiz aqui menção ao Plano de Alojamento para Estudantes do Ensino Superior (PNAES), para o aumento da oferta de camas em residências universitárias. Referi-me ao assunto com a convicção de que esse aumento constituía, entre outros fatores, uma excelente oportunidade para os estudantes candidatos ao ensino superior.

Há um ano como hoje, a crise associada ao ramo imobiliário e a reduzida capacidade de oferta de camas em residências, continua a constituir, em muitos casos, um drama para os estudantes madeirenses e suas famílias, quando confrontados, fora da Região, com ofertas de alojamento a preços exorbitantes, e nem sempre nas melhores condições, pondo em causa o seu bem-estar, e o direito a uma vivência digna e conducente ao sucesso académico.

Nesse contexto, mantém-se a premissa de que o atual programa da UMa, aprovado no âmbito do PNAES, nomeadamente no que diz respeito a mais 200 camas previstas para a Residência da Quinta de S. Roque, é um excelente meio para fixar estudantes, nossos ou de várias outras proveniências. Tanto a este nível, como nos restantes níveis académicos, é nosso dever proporcionar aos estudantes que nos escolhem, um modelo coerente com a missão de integrar, incluir e proteger. Nisso, como é fácil de constatar, a UMa possui um conjunto de características que a diferenciam positivamente. Teve, além disso, um crescimento assinalável, sustentado num projeto estruturado de desenvolvimento que, nos seus diversos itens (formação, investigação, internacionalização e serviço à sociedade), vem merecendo apreciação positiva das instâncias que avaliam os seus cursos e competências. A configuração deste modelo, como referi na Cerimónia de Abertura Solene do Ano Escolar, e apesar das dificílimas condições financeiras, por que passou, particularmente, nos anos de 2020 a 2022, traz necessariamente dores de crescimento, mas, em caso algum, a impede de acudir aos constrangimentos existentes, no âmbito da sua vasta ordem de intervenção.

Sendo consequente com o tema em análise, refira-se que este entendimento sobre uma Instituição que se quer maior, não é compaginável com aquilo a que poderia denominar de traiçoeira perceção de insularidade, à qual estaríamos fatalmente confinados, com tudo o que isso representa.

A Universidade da Madeira é, no contexto da sua visão de desenvolvimento, um sistema orgânico, com condições que são certamente as que podemos gerir com competência, empenho e dedicação. Serve a causa de todos os que connosco fazem este devir do projeto de transformação interna e de projeção externa da Região Autónoma da Madeira.