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Turismo Madeira

ANA lamenta que Ryanair utilize taxas como justificação

Empresa responsável pela gestão de aeroportos em Portugal diz que aumento no Aeroporto da Madeira corresponde a aproximadamente 1 euro

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Foto arquivo/ Aspress

"A ANA lamenta que a Ryanair utilize como justificação, para a sua decisão de reduzir voos, a actualização das taxas aeroportuárias", manifestou ao início desta tarde a empresa responsável pela gestão de aeroportos em Portugal.

As declarações surgem na sequência do anúncio de que a companhia irlandesa irá cancelar as ligações áreas entre o Funchal e Marselha (França), Nuremberga (Alemanha) e Bérgamo (Itália), a partir de Janeiro de 2024.

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Perante os argumentos da Ryanair, que invoca o aumento das taxas aeroportuárias pela ANA/Vinci como o motivo de cancelamento das rotas, a ANA contrapõe que  "no aeroporto da Madeira o aumento das taxas corresponde a aproximadamente 1 euro". Isto "num momento em que os bilhetes da Ryanair aumentaram quase 16 euros (+21%), comparando com o período homólogo anterior (Verão 22)", sublinha o comunicado remetido às redacções.

Segundo a ANA, a base da Ryanair na Madeira beneficia ainda de um programa de incentivos, "com um investimento significativo".

Por outro lado, nota que "a Madeira é um dos destinos turísticos com maior potencial de desenvolvimento na Europa" e que, no Verão 2023, o aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo "cresceu 10% relativamente a igual período do ano anterior".

"Para este crescimento contribuíram companhias aéreas como a easyJet, a Wizzair, a Azores Airlines e a Condor", insiste a ANA, apontando que "diversas companhias demonstram um grande interesse em continuar a desenvolver a conectividade na Madeira". Casos da SATA (Boston e Toronto), easyJet (Geneve and Basel), Jet2 (Liverpool e Belfast) e wizzair (Roma), que já confirmaram novas rotas para o próximo Verão de 2024.

A empresa argumenta igualmente que, "de acordo com um comunicado recente do ACI (Airport International Council) Europe, o aumento das tarifas praticadas pelas companhias aéreas na Europa foi de +38% nos meses de Verão (3º trimestre)" e mantém o seu "compromisso com as regiões para continuar a desenvolver a conectividade aérea trabalhando em parceria e de forma equitativa com todas as companhias aéreas".

A ANA clarifica ainda que "o produto das taxas é utilizado, nomeadamente, para financiar a segurança, a eficiência operacional e a capacidade e o conforto dos aeroportos, estando em curso intervenções nos vários aeroportos nacionais" e que "a proposta de taxas para 2024 inclui um mecanismo de incentivo às aeronaves com menores emissões de carbono, em linha com a política ambiental da ANA/VINCI Airports e a promoção da descarbonização do sector da aviação".

A ANA - Aeroportos de Portugal reviu a proposta tarifária para 2024 nos aeroportos nacionais, propondo agora um aumento médio de 14,55% em termos globais, incluindo acertos de taxas não cobradas em anos anteriores.

Na terça-feira, ao reagir a esta decisão, o presidente do governo madeirense, Miguel Albuquerque, considerou que a decisão da companhia de voos de baixo custo “tem mais a ver com o contexto nacional” e com as dificuldades que há no sector da aviação para encontrar aparelhos para dar resposta à procura. A Madeira apenas “paga por tabela” destes problemas nacionais e internacionais, visto que as suas taxas aeroportuárias foram actualizadas no nível próximo do da inflação (6 por cento).