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Von der Leyen e Borrell visitam Médio Oriente nos próximos dias

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Foto: AFP

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, viaja na quinta-feira para o Médio Oriente, tendo encontros previstos com as lideranças israelitas e palestinianas, antes de percorrer outros países da região, que será também visitada pela presidente do executivo comunitário.

Segundo uma nota hoje divulgada pelo gabinete do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, a viagem de Josep Borrell terá a duração de quatro dias, com visitas agendadas a Israel, onde começa já na quinta-feira, e à Cisjordânia, Bahrein, Arábia Saudita, Qatar e Jordânia.

"A missão será uma ocasião para discutir todos os aspetos da situação dentro e ao redor de Gaza, incluindo o fluxo sustentado de assistência da União Europeia aos civis, e questões políticas mais amplas com os líderes regionais", indica a nota do seu gabinete, acrescentando que a UE procurará trabalhar com todos os interlocutores "no sentido de relançar um processo político com base na solução de dois Estados".

Também hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou uma deslocação, no próximo sábado, ao Egito, onde vai avistar-se com o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, e visitar a Península do Sinai para assistir à chegada de ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza.

De acordo com uma mensagem na rede social X do seu porta-voz, a líder comunitária encontra-se no mesmo dia com o rei Abdullah II da Jordânia.

Na segunda-feira, a diplomacia europeia insistiu em pedir uma solução abrangente para o conflito entre Israel e o Hamas que passe pelo reforço da influência da Autoridade Palestiniana num Estado independente na Faixa de Gaza.

Os líderes dos 27 países abordaram a situação no território palestiniano depois de terem exigido, numa declaração conjunta no domingo, pausas humanitárias imediatas para que a ajuda chegue aos civis na Faixa de Gaza.

Em Israel, o líder da diplomacia dos 27 e vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, tem encontros agendados, na quinta-feira, com o Presidente israelita, Isaac Herzog, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, com o membro do Governo e do Gabinete de Guerra Benjamin Gantz, e também com o líder da oposição, Yair Lapid, e representantes das Nações Unidas no país e visitará ainda uma comunidade que sofreu o ataque terrorista do Hamas em 07 de outubro, além de se encontrar com familiares dos reféns que detidos na Faixa de Gaza.

No dia seguinte, o alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança viaja para Ramallah, na Cisjordânia, e "reunir-se-á com defensores da paz", numa nova agenda preenchida, na qual estão programadas reuniões com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, com o primeiro-ministro, Mohamed Shtayyeh, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Riad al-Malki, e também um encontro com elementos da sociedade civil.

O sábado será dedicado ao Fórum do Diálogo do Bahrein e à sessão de abertura dedicada ao painel "Guerra, Diplomacia e Desanuviamento", ao lado dos ministros dos Negócios Estrangeiros iraquiano e do Kuwait, antes de seguir para Riade para se encontrar com o homólogo saudita.

A digressão de Borrell tem ainda no programa reuniões, no domingo e na segunda-feira, com emir e com o primeiro-ministro do Qatar e com o rei Abdallah II, da Jordânia, e com o chefe da diplomacia jordana.

A 07 de outubro, combatentes do Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 40.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.320 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.