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Madeira

15,2% dos trabalhadores madeirenses abaixo do limiar de pobreza

Licínia Freitas reforça a necessidade de definição de um salário médio para ajudar as famílias a conseguirem fazer face às suas necessidades mensais

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Os indicadores mais recentes revelam que 15,2% dos trabalhadores madeirenses auferem rendimentos que os colocam, ainda assim, abaixo do limiar da pobreza.

O número foi relembrado por Licínia Freitas, do núcleo regional da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN, na sigla em inglês), à margem do III Fórum Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, que decorre esta sexta-feira no Centro Cultural e de Investigação do Funchal.

Ainda que a realidade regional seja um pouco melhor do que a nacional, a situação não deixa de ser preocupante, com reflexos no dia-a-dia das famílias. “O salário mínimo é baixo e com ele as pessoas não conseguem fazer face às suas despesas mensais, sobretudo nos dias que correm, com a inflacção, mas também fruto da pandemia e da guerra na Ucrânia”, nota.

Além disso, Licínia Freitas refere a necessidade de se começar a pensar na implementação de um salário médio regional, “porque as famílias não conseguem esticar mais o seu orçamento”. “É importante fazermos esse esforço de aumento, tanto do salário mínimo, como do salário médio”, sustenta.

Ao DIÁRIO, aquela responsável reforça a importância das medidas já colocadas no terreno através da Estratégia Regional de Inclusão Social e Combate à Pobreza, que tem alcance até 2030, no sentido de esbater as fragilidades e fazendo descer os números. No seu entender, esta é “um bom instrumento para estes números tenham alguma efectividade e que baixem em termos de percentagem, sustentou.

A par da Estratégia Regional, Licínia Freitas entende que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode, igualmente, dar um contributo efectivo para o esbater das desigualdades existentes na sociedade madeirense.

Quanto ao olhar sobre a pobreza, a responsável pelo núcleo regional da Rede Europeia Anti-Pobreza, realça a importância da mesma ser "estudada como um todo", de forma "intersectorial", não de forma "espartilhada", achando que é exclusiva da área social. Nesse âmbito, nota que saúde, a educação, a cultura ou o emprego devem ser incluidos nesse conjunto.