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27.ª cimeira UE-EUA dominada por conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia

Foto Alexandros Michailidis/Shutterstock.com
Foto Alexandros Michailidis/Shutterstock.com

A 27.ª cimeira UE-EUA junta os presidentes dos Estados Unidos da América, do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, na sexta-feira em Washington, numa agenda dominada pela situação no Médio Oriente, para além da ajuda à Ucrânia.

Esta é a segunda cimeira que reúne os três presidentes atualmente em funções - Joe Biden (EUA), Charles Michel (Conselho Europeu) e Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), sendo que as comitivas incluem os respetivos chefes da diplomacia, Anthony Blinken, pelos EUA, e Josep Borrel, pela UE.

A análise do conflito entre o Hamas e Israel, bem como a definição de tudo o que pode ser feito para evitar que este alastre na região, tornou-se o tema prioritário da agenda da reunião, desde 07 de outubro, dia em que o grupo terrorista islamita lançou um ataque sobre Israel, que tem respondido com dureza desde então.

Os líderes dos dois blocos tencionam, segundo fonte europeia, "comparar notas e partilhar informação" sobre a situação, após a cimeira extraordinária dos 27 de terça-feira, marcada pela preocupação com a situação humanitária na Faixa de Gaza, pelos efeitos que o conflito pode ter na segurança na Europa ou nos movimentos migratórios, e numa possível extensão das tensões a países vizinhos.

Ainda no campo da gestão de conflitos, será debatido em Washington o compromisso comum de apoiar a Ucrânia na defesa da sua soberania e de impor custos à Rússia pela sua agressão.

Estão também na agenda do encontro temas como a segurança económica, a Lei da Redução da Inflação dos EUA (IRA) - que inclui subvenções a empresas que invistam em tecnologia não poluente - e os materiais críticos.

Relativamente à China, fontes citadas pela EFE recordaram que as visões da UE e dos EUA não coincidem "exatamente a 100%", embora ambas as partes concordem na necessidade de se envolverem com Pequim nas "questões globais".

Destacaram ainda que a UE procura uma relação "mais equilibrada" com a China em questões económicas, enquanto nos direitos humanos - onde há diferenças com Pequim -, há abertura ao diálogo.

Outro ponto que Michel e Von der Leyen irão abordar com Biden será o clima e a economia 'verde', enquanto na agenda comercial bilateral as fontes apontaram que a situação é mais "fluida".

Sobre a questão das taxas impostas pelos EUA às importações europeias de aço e alumínio, a UE quer que sejam eliminadas e para isso, disseram as memas fontes, é necessário chegar a uma solução compatível com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por sua vez, o comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, disse através da plataforma X (antigo Twitter) estar a "trabalhar arduamente para alcançar acordos comerciais sólidos e mutuamente benéficos com os parceiros americanos".

"Queremos fazer das 'tarifas 232' da era (do ex-presidente dos EUA, Donald) Trump uma coisa do passado e procurar novos caminhos de cooperação", disse o político letão sobre os impostos que os EUA impuseram ao aço e ao alumínio europeus e que foram considerados ilegais pela OMC.