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É fundamental a União Europeia atuar com unidade e rapidez

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O Presidente da República defendeu hoje que é fundamental a União Europeia atuar com unidade e rapidez em relação à situação no Médio Oriente, perante o conflito entre Israel e o Hamas, com contenção nas declarações públicas.

Em resposta a perguntas dos jornalistas, num hotel de Bruxelas, onde chegou hoje, para uma visita de Estado entre terça e quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "a União Europeia tem atuado em domínios de política externa -- como por exemplo a Ucrânia -- com unidade, ultrapassando diversidades".

"Penso que para todos os europeus é fundamental que também no caso da situação no médio Oriente atue com unidade, e com a capacidade de prever, de antecipar e de influenciar, tanto quanto é possível influenciar com o seu peso, aquilo que se possa vir a passar no futuro imediato", afirmou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "a União Europeia tem aqui mais um desafio difícil" e a reunião extraordinária de terça-feira à tarde do Conselho Europeu por videoconferência "é muito importante".

O Presidente da República sustentou que neste momento está a haver "uma mudança na balança de poderes" no mundo e "a União Europeia pode aí desempenhar um papel importante, mais do que outros poderes, ou em conjunto com outros poderes".

"Para isso, é fundamental, como tem acontecido na Ucrânia, atuar em unidade, atuar com rapidez, com antecipação, e com capacidade de previsão dos acontecimentos. Penso que é isso que interessa a todos nós europeus e interessa a todo o mundo", reforçou.

Interrogado sobre os possíveis efeitos do conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas na segurança interna de países europeus, o chefe de Estado evitou pronunciar-se sobre essa matéria e aconselhou contenção nas declarações públicas, para se "poder intervir de forma efetiva, de modo não público".

"Tudo o que seja intervenção pública pode dificultar o espaço de manobra -- e falar de maneira pública é, por exemplo, relacionar factos determinados isolados com a situação que se vive no Médio Oriente -- é criar, no fundo, ou alimentar um clima que já de si próprio é dramático", alertou.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que "a dramatização daquilo que é dramático pode ser contraproducente" para que a União Europeia possa "contribuir para criar caminhos de solução, e não caminhos de dramatização".

O Presidente da República reiterou, em nome de Portugal, "a condenação muito frontal do ataque terrorista" de 07 de outubro do grupo islamita Hamas em território israelita, ao qual Israel respondeu com bombardeamentos na Faixa de Gaza.

Por outro lado, expressou "a preocupação com as vítimas dos dois lados -- dos dois lados, e não apenas de um", manifestando o desejo de que haja "o menor número de vítimas" neste conflito que, na sua opinião, "ainda só começou".

"É a posição oficial portuguesa", frisou.