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Agência da ONU retira-se para o sul da Faixa de Gaza

Foto DR/UNRWA/X
Foto DR/UNRWA/X

A ONU anunciou hoje a transferência do seu centro de operações e funcionários para o sul da Faixa de Gaza, na sequência de uma ordem de evacuação da zona dada pelo exército israelita.

Israel deu 24 horas aos civis e organizações internacionais para se retirarem do norte da Faixa de Gaza, no que a ONU disse implicar a movimentação de mais de um milhão de pessoas.

A ordem abrange a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês).

"Por entendermos que há aqui civis que não são nossos inimigos e que não os queremos atingir, estamos a pedir-lhes que se retirem", justificou um porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus, citado pela agência norte-americana AP.

"A UNRWA transferiu o centro de operações e o pessoal internacional para o sul, a fim de continuar as operações humanitárias e o apoio ao seu pessoal e aos refugiados palestinianos em Gaza", escreveu a ONU nas redes sociais, segundo a agência francesa AFP.

A agência da ONU disse que as autoridades israelitas "devem proteger todos os civis que se encontram nos abrigos e nas escolas da UNRWA" na Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 2,3 milhões de pessoas.

A UNRWA lembrou que se trata de instalações que são propriedade das Nações Unidas.

"Devem ser protegidas em todas as circunstâncias e nunca devem ser atacadas, em conformidade com o direito humanitário internacional", acrescentou, segundo a agência espanhola EFE.

O exército israelita avisou hoje que vai operar com uma "força significativa" em Gaza nos próximos dias e apelou para que a população do norte do território se retire para sul para poder atacar o Hamas.

Israel tem concentrado forças junto à Faixa de Gaza numa indicação de uma possível ofensiva terrestre, depois de ter bombardeado o território controlado pelo grupo islamita Hamas nos últimos dias.

A escalada no conflito israelo-palestiniano foi desencadeada pelo Hamas, que fez uma incursão sem precedentes em Israel no sábado, matando civis e militares e fazendo mais de uma centena de reféns, levados para a Faixa de Gaza.

Desde então, o conflito provocou mais de 1.300 mortos do lado israelita e cerca de 1.400 do lado palestiniano.

Os bombardeamentos israelitas provocaram também mais de 423 mil deslocados na Faixa de Gaza.