A maioria socialista na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia a República, acaba de utilizar um expediente regimental - adiamento potestativo de uma votação - para impedir a votação imediata de um requerimento, do PSD, para audição urgente da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sobre a intenção de reduzir o contingente reservado aos estudantes das regiões autónomas.

O PSD pretendia ouvir Elvira Fortunato sobre a entrevista que deu ao Público em que garantiu que os contingentes de acesso aos ensino superior, da Madeira e dos Açores, que reserva 3,5% das vagas em todos os cursos, seria reduzido para 2%. Um corte de 43% que implicará um número muito menor de estudantes madeirenses e açorianos nos estabelecimentos de ensino superior públicos.

Sara Madruga da Costa, que apresentou o requerimento do PSD, considera esta uma "manobra dilatória" do PS que adia a votação, na melhor das hipóteses para a próxima semana, mantendo a incerteza de muitas famílias madeirenses que têm filhos a preparar o acesso ao ensino superior.

"Há razões fundadas para a ministra vir à comissão", garante a deputada que não aceita que o PS opte por colocar "deputados eleitos pela Madeira a dar garantias", como aconteceu com o socialista Carlos Pereira que "não tem uma delegação de competências".

Sara Madruga da Costa considera esta situação "bastante grave" porque persistem as dúvidas "sobre o que o PS quer fazer".

O PS, acusa, "não é favorável aos interesses da Madeira".