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Marcelo Rebelo de Sousa espera que relações com Angola "continuem magníficas"

Foto Arquivo/EPA/MIGUEL A. LOPES
Foto Arquivo/EPA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje, à chegada a Luanda, que as relações entre Angola e Portugal têm sido construídas "passo a passo" e espera que "continuem magníficas", como têm sido, com a nova legislatura angolana.

Marcelo Rebelo de Sousa é um dos chefes de Estado convidados para participar na cerimónia de investidura do Presidente angolano reeleito, João Lourenço, marcada para quinta-feira, na sequência das eleições de 24 de agosto.

"O dia importante é amanhã, que é o dia da tomada de posse. Para mim já é a segunda [tomada de posse] que assisto como Presidente da República e aquilo que esperamos naturalmente é que se inicie um período em que as relações entre Angola e Portugal continuem magníficas como têm sido", disse à Lusa.

Segundo o governante, que chegou de manhã a Luanda, as relações entre Angola e Portugal "estão num ambiente muito positivo, em todos os domínios", sobretudo económico e social, o que é visível "no peso e na importância da comunidade angolana em Portugal e da comunidade portuguesa em Angola".

Marcelo Rebelo de Sousa espera igualmente que este período de consolidação de relações com Angola seja internacionalmente menos complicado do que foi nos últimos cinco anos - sem pandemia, crise económica internacional ou guerra.

"Que não haja crise económica internacional como tem havido ao longo dos anos e que a guerra desapareça o mais rapidamente possível dos cenários, nomeadamente aquela que tem tido maior efeito no preço de bens fundamentais e na inflação", assinalou.

Para o chefe de Estado, pretende-se um período "mais positivo internacionalmente" na vida das pessoas e para os vários países: "é isso que importa."

"Estamos a fazer política e é bom que os povos possam ter anos melhores do que aqueles que tiveram no passado", rematou.

João Lourenço e o seu partido Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) foram declarados vencedores das eleições gerais de 24 de agosto, cujos resultados são contestados pela oposição.

O Tribunal Constitucional proclamou o MPLA como vencedor com 51,17% dos votos, seguido da UNITA, com 43,95%, tendo chumbado o recurso de contencioso eleitoral da UNITA.

Com estes resultados, o MPLA elegeu 124 deputados e a UNITA 90 deputados, quase o dobro das eleições de 2017.

Face aos resultados eleitorais, o MPLA deve indicar igualmente dois vice-presidentes e dois secretários de mesa da Assembleia Nacional e na mesma proporção o partido UNITA.

O Partido de Renovação Social (PRS), a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e o estreante Partido Humanista de Angola (PHA) elegerem dois deputados cada.

A CASA-CE, a Aliança Patriótica Nacional (APN) e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que na legislatura 2022-2027 vai contar com 220 deputados.

João Lourenço, reeleito Presidente de Angola para os próximos cinco anos, toma posse na quinta-feira, 15 de setembro, e os deputados eleitos serão investidos na sexta-feira.