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Suíça vai construir cemitério de resíduos nucleares perto da fronteira com Alemanha

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Foto Getty Images

A Suíça vai construir um cemitério subterrâneo para resíduos radioativos de quatro centrais nucleares perto da fronteira com a Alemanha, entre os cantões de Zurique e Argovia, no nordeste do país, foi hoje divulgado.

A face norte da colina Lägern, onde ficará o futuro cemitério nuclear, foi escolhida em detrimento de outras duas opções, uma no leste das montanhas de Jura e outra também perto de Zurique, porque oferece uma melhor barreira ecológica e maior estabilidade da sua base rochosa, explicou o Departamento Federal de Energia suíço, em comunicado.

A construção das instalações, que estarão operacionais em meados do século, custará cerca de 20.000 milhões de francos suíços (cerca de 20.700 milhões de euros).

A procura por um local de armazenamento em camadas geológicas profundas, realizada pela Sociedade Cooperativa Nacional para o Depósito de Resíduos Radioativos (NAGRA), acontece há 14 anos, com a participação das cidades em questão e das regiões vizinhas da Alemanha, salienta o Departamento de Energia.

O subsolo da área de Lägern, indicaram os especialistas, contém argilas opalinas com potencial significativo como barreira geológica à radioatividade, a que se somam os estratos rochosos que cobrem essa camada subterrânea.

A lei suíça prevê que os resíduos das centrais nucleares do seu território sejam depositados no próprio país, em cemitérios subterrâneos.

Em 2008, foi estabelecido um processo de procura de locais para os resíduos, que deverá ser concluído com uma aprovação final em 2030, embora essa decisão seja submetida a referendo.

Até 1993, a Suíça enviava os seus resíduos da produção de energia atómica para França e Reino Unido, mas desde então está a armazenar num depósito em Würelingen, também próximo à fronteira alemã.

Desde então, este depósito foi considerado pelas autoridades suíças como um "centro de armazenamento temporário" pendente de soluções de longo prazo, como o depósito geológico, solução que países como Suécia, França ou Canadá também estão a contemplar.