Rali Vinho da Madeira Madeira

Club Sports Madeira ainda não foi contactado pelo MP, mas está disponível para esclarecer acidente

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

Em declarações ao Telejornal da RTP 1, o presidente do Club Sports Madeira garante que a organização do Rali Vinho da Madeira ainda não foi contactada para esclarecer o Ministério Público, que irá abrir inquérito à morte da criança no acidente ontem durante a última classificativa da competição automobilística.

Paulo Fontes referiu que a própria organização está a recolher toda a informação possível para poder ser apurada as circunstâncias do trágico acidente que vitimou Vitória, a menina de 8 anos. O nome da vítima referido pelo próprio dirigente à RTP 1, que revela que está a ser prestado todo o apoio psicológico à família e aos restantes envolvidos no acidente.

"Temos que saber o que se passou", disse. "Naturalmente, estamos a recolher todas as informações, não só dos agentes de segurança que estavam no local, bem como com os nossos comissários. Toda a organização da prova irá expor a situação", disse, interrompido pela jornalista que questionou se havia segurança no local. "Havia muita porque aquilo é um local mítico do final do Rali Vinho da Madeira há muitos anos, uma das provas especiais de classificação onde afluem mais pessoas e onde temos um cuidado redobrado. Aliás a RTP Madeira estava a transmitir em directo e a direcção de prova tinha todo o controlo da situação e, portanto, tínhamos agentes da autoridade no local, tínhamos comissários de segurança e estávamos sempre a fazer apelos. Estivemos a fazer apelos para esta prova especial de classificação durante muito tempo para as pessoas terem um comportamento, em termos do seu posicionamento para que não se viesse a anular a prova".

Paulo Fontes recorda que ninguém pode atravessar a estrada enquanto decorrem as provas especiais, garantindo que não há facilitismo de modo algum, lamentando que haja pessoas que vão para o rali com "alguma autoconfiança" que sabem que os carros partem de minuto a minuto mas no final da classificativa pode não ser esse o tempo entre viaturas e "muitas vezes as pessoas arriscam passar" a estrada. "Como é fácil de compreender, não podemos estar permanentemente ao lado de cada espectador, mas o que podemos garantir como organização, estavam reunidas todas as condições de segurança para que ninguém atravessasse a estrada naquele momento", frisou.

Questionado a razão da frase no site do Rali a lembrar que "está presente por sua conta e risco" para ver o rali, apesar dos constantes apelos à segurança, Paulo Fontes referiu que é para também não imputar à organização todas as responsabilidades. "Quem conhece a ilha da madeira e as estradas da madeira, temos arribas junto ás estradas, as pessoas sobem e colocam-se nos melhores locais para visionar a passagem das viaturas e este ano, particularmente, estiveram muitas pessoas na estrada e nós tivemos uma segurança exemplar", justificando assim que não é possível garantir a segurança de todos, como por exemplo na Avenida do mar, durante a prova especial na quinta-feira, onde estiveram mais de 30 mil pessoas.

Garante Paulo Fontes que as medidas de segurança vão ser redobradas, lembrando que o desporto automóvel tem uma frase que é "perto da emoção, longe do perigo", por isso atendendo que os imprevistos podem acontecer a qualquer momento. "Todos os cuidados são poucos, mas ninguém pode assegurar que numa organização deste nível com 60 concorrentes, a fazerem 60 provas especiais de classificação durante dois dias, com muito público á volta, pode garantir que tudo vai correr na perfeição e dizer que nunca mais isto vai acontecer. mas faremos tudo para que não volte a acontecer", frisou.

Questionado se o MP já contactou o clube, garantiu que "até agora no Clube Sports Madeira não recebemos ainda nenhuma participação ou contacto. Mas quero dizer que da nossa parte tivemos toda a atenção, estamos em permanente contacto com a família, também com os pilotos envolvidos no acidente, temos dado todo o acompanhamento, pedimos o apoio psicológico à família, estamos a acompanhar a par e passo toda a situação, sabemos que não podemos dar a vida à pequena Vitória, que muito nos custe aceitar essa situação, são momentos dramáticos, também para nós, mas temos uma certeza, estamos a fazer tudo para minorar a dor de todos os envolvidos", disse no final já com voz embargada pela emoção.

Refira-se que a abertura de inquérito à morte da menina tinha sido noticiada hoje pelo DIÁRIO, num procedimento normal dadas as circunstâncias.