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Matteo Salvini garante que está preparado para governar o país

Foto AFP
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O líder italiano da extrema-direita, Matteo Salvini, assegurou esta quinta-feira que está preparado para liderar a Itália caso o seu partido, a Liga, seja o mais votado entre a coligação que integra, nas eleições legislativas de 25 de setembro.

"Acho que a centro-direita terá uma boa maioria, quer na Câmara [dos Deputados], quer no Senado, e dentro da centro-direita a Liga terá o maior sucesso", sublinhou Salvini, citado pela Europa Press.

O líder da Liga explicou que irá viajar pela Itália para apresentar propostas, sem responder "aos insultos" de Matteo Renzi, da Italia Viva, ou do chanceler italiano, Luigi di Maio.

"As propostas da Liga valem mais do que outras, porque implementamos a maioria delas", frisou.

Durante uma visita a Lampedusa, que decorreu esta quinta-feira, onde defendeu políticas anti-imigração, Salvini sublinhou que, durante o seu mandato como ministro do Interior, "ocorreram menos mortes, menos desembarques, menos crimes e menos problemas".

"Lampedusa é a porta de entrada para a Europa e não pode ser o campo de refugiados do continente", atirou.

Para Salvini, as fronteiras italianas "são uma peneira" e o país não está a prestar "um bom serviço à humanidade".

A Liga concorre às legislativas de 25 de setembro com os seus aliados Forza Italia (direita) e Irmãos de Itália (nacionalista), sendo que esta aliança é favorita à vitória sobre uma esquerda fragmentada.

A aliança de direita tem estatuto de favorita, mas Salvini e a Liga ficam para trás nas sondagens de opinião, pois é o partido Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, que também pede um "bloqueio naval" para conter a chegada de migrantes ao Mediterrâneo, a assumir a liderança.

As sondagens apontam, no entanto, que a imigração é uma preocupação menor para os italianos, quando comparado com as questões económicas, sendo que a alta inflação está a pesar no poder de compra e nas contas da energia.

Mario Draghi presidiu a uma coligação de unidade nacional nos últimos 17 meses, desde fevereiro de 2021, quando foi indicado para gerir a crise da pandemia de covid-19 e a recuperação económica do país, após a queda do seu antecessor, Giuseppe Conte, líder do M5S, que esteve na base da atual crise política.

A coligação foi apoiada por praticamente todos os partidos com assento parlamentar, da esquerda à extrema-direita, exceto pelo movimento ultranacionalista de Giorgia Meloni.

No passado dia 14 de julho, Draghi anunciou que não queria continuar a governar sem o apoio do M5S, quando este partido se absteve num primeiro voto de confiança.

Nessa altura, o Presidente italiano, Sergio Mattarella, rejeitou o pedido de renúncia e pediu a Draghi para tentar novas soluções políticas, com o devido apoio no parlamento.

Na semana seguinte, Mario Draghi venceu uma segunda moção de confiança, mas perdeu o apoio de três dos partidos que apoiavam a sua coligação - o M5S, o Força Itália e a Liga - o que justificou uma nova visita ao Presidente, para lhe reiterar o pedido de demissão, que foi aceite, levando à antecipação das eleições.