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Forças norte-americanas vão continuar a utilizar estreito de Taiwan

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As Forças Armadas dos Estados Unidos vão realizar novas travessias aéreas e marítimas pelo estreito de Taiwan "nas próximas semanas", apesar da escalada de tensão da China em relação à ilha, adiantou hoje fonte da Casa Branca.

Os Estados Unidos vão "continuar a voar, navegar ou operar onde a lei internacional permitir", assegurou Kurt Campbell, membro do Conselho de Segurança Nacional, com a pasta do Indo-Pacífico.

"Isso inclui travessias aéreas e marítimas convencionais pelo estreito de Taiwan nas próximas semanas", acrescentou.

Após a visita da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, a Taiwan, Pequim anunciou manobras militares ao redor da ilha, que duraram quase uma semana.

Os exercícios, de uma intensidade inédita em várias décadas, incluíram o bloqueio do espaço aéreo e marítimo em seis áreas da costa de Taiwan.

Taipé descreveu as manobras da China como um bloqueio da ilha e uma "irresponsabilidade".

O responsável pela pasta do Indo-Pacífico do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos referiu também hoje que Washington vai apresentar "um programa ambicioso" para fortalecer as suas relações comerciais com Taiwan.

O Governo de Biden pretende "continuar a fortalecer os seus laços com Taiwan, incluindo o avanço do relacionamento económico e comercial", frisou Kurt Campbell, citado pela agência France-Presse (AFP).

Um "programa ambicioso" sobre estas questões será revelado "nos próximos dias", assegurou.

Na semana passada, Pequim anunciou várias sanções contra Pelosi e suspendeu mecanismos de cooperação com Washington em questões judiciais, alterações climáticas, repatriação de imigrantes ilegais, assistência judiciária criminal e luta contra crimes transnacionais.

A China, que descreveu a visita de Pelosi como uma "farsa" e "deplorável traição", reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde, desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.

Na quarta-feira, Nancy Pelosi afirmou que os norte-americanos não vão permitir que a China isole Taiwan, na sua primeira conferência de imprensa após visitar aquela ilha na semana passada.

Taiwan iniciou na terça-feira testes à sua capacidade defensiva contra a China.

Joe Biden admitiu na segunda-feira estar "preocupado" com a implantação de armas da China em torno de Taiwan, embora dizendo não acreditar que vá mais longe.

Em todos os momentos, a Casa Branca procurou distanciar-se da visita e ressaltou que foi uma decisão pessoal de Pelosi.