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Etiópia apela ao Sudão e ao Egipto para optarem pelo diálogo sobre barragem do Nilo Azul

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Foto Eduardo Soteras / AFP

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, pediu ao Sudão e ao Egito que optem pelo diálogo para resolver as tensões com a Etiópia sobre a partilha da controversa barragem no Nilo Azul, que pode alterar o fluxo do rio.

Abyi Ahmed fez o apelo durante a inauguração de uma segunda turbina da Grande Barragem do Renascimento Etíope (GERD, na sigla em inglês), que iniciou a produção de eletricidade em fevereiro passado, apesar da forte oposição de países como o Egito e o Sudão.

Segundo a agência de notícias estatal etíope, o líder do executivo disse que o resto dos países com os quais a Etiópia partilha a bacia do Nilo deve entender que este país não tem a intenção de causar-lhes qualquer dano.

Além disso, o líder etíope insistiu que o preenchimento da barragem está a ser feito com cautela, levando em conta as preocupações das autoridades egípcias e sudanesas.

A Etiópia iniciou a segunda de 13 turbinas da sua mega barragem no Nilo Azul e confirmou que a terceira etapa de enchimento do reservatório estava em andamento, apesar dos protestos do Sudão e do Egito a jusante.

No final de julho, o Egito protestou junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a anunciada intenção da Etiópia de continuar "unilateralmente" durante a atual estação chuvosa o enchimento do reservatório iniciado em julho de 2020, apesar da falta de acordo entre os três países envolvidos.

A Barragem do Nilo Azul é o maior projeto hidroelétrico do continente africano e um dos maiores do género no mundo.

Quando o reservatório estiver concluído, nos próximos dois anos, terá capacidade de produção de cerca de 5.200 megawatts de eletricidade.

Atualmente, 83,3% da barragem está construída e a central hidroelétrica já tem uma capacidade de produção de cerca de 750 megawatts, informaram os meios locais.

A Etiópia considera este projeto estratégico para o seu desenvolvimento, tanto em termos de irrigação para a agricultura como para a sua capacidade de produção de eletricidade, mas a sua execução é rejeitada pelo Sudão e pelo Egito, que receiam que possa afetar os níveis de água do rio.

Até agora, os três países não conseguiram chegar a um acordo.