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Homicídios aumentaram 123,3% no primeiro semestre de 2022 em Caracas

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O número de homicídios na área metropolitana de Caracas aumentou 123,3% entre janeiro e junho de 2022, em relação a igual período de 2021, passando de 90 para 201, segundo dados divulgados ontem pelo Observatório Venezuelano de Violência (OVV).

"Durante o primeiro semestre do ano 2021, ocorreram 90 homicídios na capital do país, 30 dos quais pelas forças de segurança do Estado. Este número em comparação com o primeiro semestre deste ano (com 201 homicídios registados) representa um aumento de 123,3%", refere o registo de Homicídios na área metropolitana de Caracas publicado pelo observatório.

Segundo o OVV, e em relação aos primeiros seis meses do ano em curso, 32 homicídios foram contabilizados em janeiro de 2022, 28 em fevereiro, 35 em março, 30 em abril, 48 em maio e 28 em junho.

"Na região capital, 20% dos homicídios contabilizados foram cometidos em resultado de conflitos familiares e de casal, enquanto 18% foram atribuídos a grupos de criminosos organizados, 16% a assaltos e 9% à criminalidade comum ou a pequenas quadrilhas", indica o documento.

A cidade de Caracas tem 777 km2, mais de 3,5 milhões de pessoas e cinco municípios: Libertador (o maior de todos), Sucre, Baruta, Chacao e El Hatillo.

O município que registou mais homicídios, no primeiro semestre de 2022, foi o de Libertador com 132 vítimas, seguindo-se Sucre (42), Chacao (17), Baruta (8) e El Hatillo (2).

Das 32 freguesias que tem a capital da Venezuela, as mais violentas foram Petare, Chacao, El Recreo, Sucre e Antímano com 29, 17, 15,14, 11 homicídios, respetivamente.

El Paraíso e Coche registaram 10 homicídios cada uma e as restantes menos de 10 vítimas.

O OVV atribui o aumento de casos de homicídio à situação de flexibilização pós-pandemia da covid-19, à retoma da atividade comercial e a uma menor presença policial nas ruas.

"Existiu uma reativação dos setores económicos e isso teve um impacto na violência. Quando existiam restrições (devido à pandemia), as pessoas evitavam sair das suas casas, nem todas as lojas estavam abertas e havia uma maior presença policial nas ruas, algo distinto do que ocorreu nos primeiros seis meses deste ano", explicou o porta-voz do OVV, em declarações aos jornalistas.

Segundo Pedro Rengifo, a reativação económica tem dado oportunidades aos grupos criminosos para cometer crimes, como "assaltos a estabelecimentos comerciais" que "muitas vezes terminam em homicídios e situações de violência".