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Forças russas defendem de contra-ofensivas de Kiev territórios ocupados no sul

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As forças russas continuavam hoje empenhadas na defesa dos territórios ocupados no sul da Ucrânia, perante a tentativa persistente de Kiev em recuperá-los, enquanto mantinham também os ataques em direção à importante cidade de Bakhmut, em Donetsk.

"[Moscovo] Está a movimentar um grande número de tropas na direção de Kherson", explicou Oleksiy Arestovych, assessor do Presidente ucraniano, sobre as tentativas russas em impedir as contraofensivas ucranianas no sul.

Também o conselheiro da administração da região de Kherson, Serhiy Khlan, confirmou o aumento repentino da presença de soldados russos na região, que está quase totalmente controlada pelo "inimigo desde o início de março".

Simultaneamente, o Exército russo mantém pressão sobre Donetsk, o principal objetivo da ofensiva de Moscovo depois de reivindicar a conquista da vizinha Lugansk, no início de julho.

No entanto, na região de Lugansk, permanecem pequenas 'bolhas' de resistência ucraniana.

O líder dos separatistas pró-Rússia na região de Donetsk pediu esta quarta-feira que a Rússia conquiste a maior parte da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, defendendo que as principais cidades do país são russas.

"Chegou a hora de libertar cidades russas, fundadas por russos: Kiev, Cherniguiv, Poltava, Odessa, Dnipro, Kharkiv, Zaporijia, Lutsk", disse Denis Pushilin, através da rede social Telegram, por ocasião do aniversário da libertação pelos soviéticos da cidade de Brest, na Bielorrússia, após a ocupação nazi.

As cidades mencionadas por Pushilin cobrem quase toda a geografia ucraniana.

As forças ucranianas informaram, pelo seu lado, que destruíram parcialmente uma ponte em Kherson, considerada fundamental para o abastecimento russo à cidade do sul controlada por Moscovo.

A ponte Antoniv, sobre o rio Dnipro, está localizada a leste de Kherson e é uma das infraestruturas mais importantes da zona que foram atacadas nos últimos dias, juntamente com a ponte Daryiv e a estrada que atravessa a barragem de Kakhovskaya, segundo fontes ucranianas.

Na semana passada, Kiev já tinha atacado as três pontes controladas pelos russos que levam a Kherson, incluindo Antoniv, como parte de uma contraofensiva para recapturar territórios perdidos.

Kiev pretende libertar "completamente" a região de Kherson dos russos até setembro.

"Aqueles que atacaram a ponte tornaram a vida um pouco mais difícil para a população", apontou Kiril Stremousov, representante das autoridades locais impostas por Moscovo, em declarações aos 'media' russos.

Segundo este responsável pró-russo, o ataque às infraestruturas "não terá qualquer influência no desfecho dos combates".

As forças ucranianas afirmam ter recapturado 44 das mais de 600 cidades da região de Kherson.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A organização internacional tem observado o regresso de pessoas ao território ucraniano, mas adverte que estão previstas novas vagas de deslocação devido à insegurança e à falta de abastecimento de gás e água nas áreas afetadas por confrontos.

Também segundo as Nações Unidas, mais de 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.