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Novo aumento do preço dos combustíveis da Petrobras irrita Bolsonaro

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EPA/ETIENNE LAURENT

A empresa, controlada pelo Estado, mas com capital misto e cujas ações estão cotadas nas bolsas de São Paulo, Madrid e Nova Iorque, justificou o novo aumento com turbulência dos mercados internacionais de petróleo bruto.

A partir de sábado, os preços da gasolina aumentarão 5,18% e do gasóleo 14,26%.

Bolsonaro, que nos últimos meses tem mantido uma feroz campanha contra as políticas de preços da Petrobras, pronunciou-se contra o novo aumento pouco antes de este ser oficializado.

"A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidentes, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros [camionistas] em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo", escreveu Bolsonaro na rede Twitter.

O presidente referiu-se à greve dos camionistas que, em 2018, ele próprio apoiou como candidato presidencial e que durou onze dias, durante os quais provocou uma grave crise de abastecimento em muitas regiões do país.

Devido às políticas de preços da Petrobras, Bolsonaro já demitiu três dos presidentes da empresa desde 2019 e aguarda a aprovação da empresa de um novo executivo.

Promoveu também uma redução dos impostos regionais sobre os combustíveis, que deverá entrar em vigor na próxima semana, mas cujo impacto no preço final será limitado com o novo aumento anunciado pela Petrobras.

"O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais" acrescentou Bolsonaro, que já está em campanha para tentar renovar o seu mandato nas eleições de outubro.

Um dos seus maiores obstáculos na arena eleitoral é a elevada inflação, que tem sido de cerca de 12% em comparação com o ano passado, que se deve principalmente aos contínuos aumentos dos preços dos combustíveis e dos alimentos.