Coronavírus Madeira

Quatro horas de espera "não é tempo de mais porque a segurança está em primeiro lugar"

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“Neste momento se esperarmos 4 horas para maior segurança dos profissionais de saúde e dos próprios utentes, acho que não é um tempo assim demais porque a segurança está em primeiro lugar”. As palavras são do secretário regional da Saude.

Tratou-se de uma reacção à pergunta do DIÁRIO relativamente à notícia que o nosso matutino trouxe na edição impressa de sábado, em que dá conta de uma insatisfação de doentes e do corpo de bombeiros que ficaram horas a aguardar nas urgências e na triagem avançada do Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Pedro Ramos pede “prudência” e “reflexão” porque segundo o governante ainda estamos a passar pela covid-19 e onde a gravidade da doença é menor mas a transmissibilidade é maior, mas também prefere comparar “com outros problemas de outros sistemas de saúde”.

Os Bombeiros Sapadores de Santa Cruz, por exemplo, estiveram a aguardar desde as 4h até às 8h da manhã, com um doente positivo no interior da ambulância. 

O mesmo aconteceu com os Bombeiros Sapadores do Funchal e com os Bombeiros Voluntários Madeirenses, que ficaram pelo menos quatro horas à espera de- pois de terem estado retidos 6 horas durante o dia. 

Uma situação que já motivou várias queixas e que, tal como o DIÁRIO noticiou, tem deixado os concelhos sem meios de socorro, uma vez que as corporações não têm capacidade para dar resposta às emergências. 

José Minas, comandante dos Bombeiros Sapadores do Funchal, mostra-se preocupado com a situação, “acima de tudo pelos doentes que ficam horas e horas dentro de uma ambulância que tem limitações a nível do ar condicionado, o que obriga a que a ambulância esteja sempre ligada para manter as pessoas minimamente em condições”. “

Se temos um doente com covid-19 que não está em risco de vida e te- mos alguém com um ataque cardíaco ou com um AVC temos de dar prioridade. É gravíssimo uma pessoa poder vir a morrer por termos ambulâncias retidas. O SESARAM tem de arranjar uma solução para isto”, reforçou. 

Também o comandante dos Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz considera “urgente” traçar procedimentos, racionando os meios de socorro e emergência, assim como os recursos humanos.