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Coopérnico apela para que UE aposte nas comunidades de energia renovável

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A cooperativa portuguesa de energias renováveis Coopérnico defendeu hoje que a União Europeia aproveite o momento de reforço da independência energética para apostar no efetivo envolvimento dos cidadãos na produção de energia renovável, disse em comunicado.

"Este plano [REPowerEU] é importante para que haja um afastamento da energia da Rússia, mas é necessário garantir que a energia fóssil não seja simplesmente substituída pela energia fóssil de outros países ou de grandes parques de energia renovável. Precisamos de uma verdadeira aposta na independência energética do país e do envolvimento dos cidadãos através de comunidades de energia", disse a coordenadora executiva da Coopérnico, Ana Rita Antunes, citada em comunicado, defendendo que seja acelerado o quadro legal para que haja mais produção de energia renovável descentralizada de propriedade dos cidadãos.

Segundo a Coopérnico, já antes da atual crise energética muitas famílias europeias viviam em pobreza energética e agora o problema agudiza-se ainda mais, pois para "muitos lares a fatura energética duplicou ou triplicou", pelo que considera que a diversificação estratégica é importante mas que o REPowerEU (o plano da Comissão Europeia para diversificar as fontes energéticas da União Europeia e assegurar mais independência em relação à Rússia) deve ter "os cidadãos no centro da estratégia".

Um estudo da Federação Europeia de Cooperativas de Energias Renováveis e da Rede de Ação Climática Europeia, citada pela Coopérnico, estima que, em 2050, 45% da energia renovável produzida possa estar nas mãos dos cidadãos e que um terço desta passe pelas cooperativas.

A Coopérnico partilhou ainda a carta aberta da Community Power Coalition à Comissão Europeia na qual são defendidas medidas como objetivos para a propriedade e produção de energias renováveis por cidadãos e comunidades locais, desenvolvimento de pelo menos uma comunidade de energia renovável por região, redução da procura de energia, avaliação da estrutura atual do mercado e otimização para refletir o preço real da eletricidade, tributação dos lucros inesperados e redirecionar as receitas para projetos de energia renovável e para apoiar os cidadãos ou atualizar a infraestrutura da rede e fornecer acesso preferencial a iniciativas de energia comunitária.