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Fuzileiros portugueses partem para a Lituânia reforçando o flanco leste da NATO

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Foto: Miguel A. Lopes

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreira, defendeu hoje que a Força de Fuzileiros constituída por 146 militares que partiu esta manhã para a Lituânia reforça o "novo ciclo" da presença da Aliança Atlântica no flanco leste europeu.

"O vosso destacamento para a Lituânia, no âmbito das medidas de tranquilização (Assurance Mesures) da Aliança Atlântica reveste-se de particular significado pelos desenvolvimentos mais recentes que o nosso continente tem enfrentado no últimos três meses", disse a ministra da Defesa.

Dirigindo-se hoje aos 146 militares que partiram depois para a Lituânia, Helena Carreira referiu que a guerra na Ucrânia "no seguimento da ilegal e brutal invasão por parte da Rússia" originou um novo ciclo para a NATO e para a arquitetura de segurança europeia.

Segundo a ministra, este novo ciclo tem-se traduzido num reforço da "solidariedade" entre os aliados, em maior capacidade operacional e em "níveis de prontidão superiores", sublinhando que a NATO está mais unida e pronta para novas missões.

"A segurança dos nossos aliados é a nossa segurança", reforçou ainda Helena Carreira recordando que a atual missão da Força de Fuzileiros confere a "continuidade do contributo" de Portugal no reforço do flanco leste da Aliança Atlântica.

A Força de Fuzileiros que partiu hoje do Aeródromo de Trânsito n.º 1 de Figo Maduro, em Lisboa, integra 12 oficiais, 24 sargentos e 110 praças do Corpo de Fuzileiros e do Agrupamento de Mergulhadores da Marinha totalizando 146 militares.

O destacamento de fuzileiros portugueses vai ficar na Base de Klaipeda, no Mar Báltico.

Estes militares vão participar nas medidas de tranquilização (Assurance Mesures) da Aliança Atlântica e que se traduzem no envolvimento de meios aéreos, marítimos e terrestres no centro e no leste da Europa e também na Turquia.

De acordo com a NATO as medidas pretendem garantir segurança às populações face a uma potencial agressão.

Neste sentido, a ministra da Defesa adiantou que está prevista a condução de treinos e exercícios combinados com vista à "elevação" da capacidade de prontidão considerando que esta Força de Fuzileiros se caracteriza pela "grande flexibilidade, mobilidade e poder de combate", incluindo valências nas áreas das operações especiais (Destacamento de Ações Especiais), mergulho e apoio a operações anfíbias. 

A atual missão dos Fuzileiros já estava programada, tal como a missão do Exército Português na Roménia, mas foi "antecipada devido às circunstâncias" admitindo que o reforço das forças da NATO pode ser verificar-se no futuro.

"A Aliança Atlântica irá decidir em que momentos e que meios será necessário empenhar. Há forças em prontidão. Estamos disponíveis e estamos preparados para poder contribuir", disse a ministra aos jornalistas, à margem da cerimónia militar.

O chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, presente na partida dos militares disse que o "atual quadro internacional, no leste europeu", é complexo e "marcado por um contexto de incerteza" sendo particularmente exigente.

"A nossa força vai ficar sediada em Klaipeda, Lituânia, a apenas 1.080 quilómetros da capital da Ucrânia (Kiev), país europeu em guerra com a Federação Russa", disse Gouveia e Melo.

É neste contexto de proximidade, e dando continuidade a participações anteriores (no âmbito das medidas de tranquilização da NATO) que Portugal vai participar em exercícios entre julho e agosto na Lituânia.

Gouveia e Melo disse ainda que acompanhou "de perto" em 2018 a preparação, o aprontamento e a execução da primeira missão de uma força de fuzileiros que operou como Força Nacional Destacada isolada tendo estreitado relações com as forças da Marinha da Lituânia.

Nesse sentido, na última reunião dos chefes das Marinhas da Europa que decorreu na Roménia no mês de maio, o chefe de Estado-Maior da Armada disse que recebeu a "informação" de que a "Marinha da Lituânia vai criar uma força de fuzileiros à imagem " do corpo de fuzileiros portugueses. 

Antes da partida, a bordo de um avião civil, os militares portugueses referiram que "a questão da invasão da Rússia" está presente. 

"Obviamente que é um assunto que é falado em todo o mundo. Tenho camaradas que falam mais e outros que falam menos. É preocupante, mas o que é preciso é tentar desempenharmos a nossa função", disse aos jornalista o segundo-marinheiro Sandro Camões que partiu hoje para o flanco leste da NATO, na Lituânia.