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Exposição “Martha Telles (1930-2001): A linguagem do silêncio” já abriu no Solar do Aposento

Fotos SRTC
Fotos SRTC

O Solar do Aposento, localizado na Ponta Delgada, conta a partir de hoje com mais uma exposição, desta feita da autoria de Martha Telles, intitulada "Martha Telles (1930-2001): A linguagem do silêncio".

Este projeto de parceria entre o MUDAS.Museu e o Solar do Aposento, integra o programa das comemorações dos trinta anos da Fundação do Museu de Arte Contemporânea da Madeira e dá continuidade à política de descentralização que a instituição tem levado a cabo nos últimos tempos, construindo uma narrativa de partilha de conhecimento que procura dar a conhecer as suas coleções e projetos e, em simultâneo, celebrar através da partilha com o público a sua existência enquanto Museu de Arte Contemporânea.

"Esta exposição dá origem a mais uma oferta da cultura a norte, passando a ser mais um espaço expositivo que fica à disposição da oferta cultural e onde complementa, de uma certa forma aquilo que o Solar do Aposento ostenta e que permite ao público desfrutar", adiantou  Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura durante a inauguração da exposição.

Eduardo Jesus fez ainda questão de abordar a oferta cultural na Região que é cada vez mais significativa e tem tido forte adesão não só dos turistas, como também dos madeirenses. 

"O momento da oferta cultural que estamos a sentir é significativa e de realçar, com a procura cada vez mais pelos espaços que oferecemos nos museus. Para termos uma ideia a Madeira, até ao mês de Abril, já fizemos mais do que em 2019, comparativamente."

"O crescimento que estamos a ter nos museus não é só dos visitantes mas também dos residentes que estão a voltar a estes espaços culturais," reforçou.

De referir que a exposição integra um conjunto de obras de autoria de Martha Telles, duas pertencentes ao acervo do MUDAS.Museu, “le départ”, 1983, e “Le Lied de Shuman Hommage à ma mère”, 1980, as restantes foram cedidas em empréstimo à Região por Teresa da Cunha Telles Hall, filha da autora, compreendendo um total de trinta e duas obras expostas.

“Martha Telles (1930-2001): A linguagem do silêncio”, conta com a curadoria de Marcia de Sousa e poderá ser visitada no Solar do Aposento até ao próximo dia 31 de Julho.

Refira-se que Martha da Cunha Telles nasceu no Funchal, no seio de uma família tradicional, filha de Alexandre da Cunha Telles, advogado, e de Anne Kristine Stephanie Wera Beranger Cohen, dinamarquesa, cantora Lírica e professora de canto, que estudou em Paris. A família tinha residência no Funchal, na Rua da Carreira n.º 188, palacete urbano destruído para dar lugar à atual Residencial Colombo.

Tirou o curso de pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, nos finais dos anos cinquenta do século passado.

A pintura desta madeirense é, na sua grande maioria, um profundo registo da sua própria vivência insular, um regresso à infância e adolescência e às memorias da ilha que a viu nascer. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em Paris e chegou a frequentar a Sorbone e no Canadá o Conseil des Arts. Estudou com a pintora Vieira da Silva e conviveu muito de perto com Jorge Martins e José Escada. Viajou pelo mundo todo. Exerceu funções de docente em Lisboa e Moçambique. Naturalizou-se canadiana em 1974 onde veio a falecer em 2001.