A Guerra Mundo

Autoridades ucranianas dizem que fuga de amoníaco está controlada

None
Foto EPA/SERGEY DOLZHENKO

As autoridades ucranianas controlaram uma fuga de amoníaco que ocorreu hoje numa central química bombardeada pelos russos na região de Sumi, confirmando que já não há perigo para a população, declarou o governo regional.

O governador da região de Sumi, Dmytro Zhyvytsky, escreveu na aplicação de mensagens Telegram que, por volta das 07:50 locais (05:50 em Lisboa), a fuga foi controlada e que apenas uma pessoa ficou ferida.

"As equipas de emergência estão a trabalhar para dissolver a nuvem de amoníaco. Não há ameaça para a população", declarou o governador no Telegram.

A área que foi afetada tinha um raio de cinco quilómetros e a população chegou a ser avisada para sair da área ou para se deslocar para abrigos, caves ou pisos inferiores.

O amoníaco é um gás incolor com odor pungente sufocante, solúvel em água, explosivo e tóxico. É mais leve que o ar.

A central de Sumikhimprom, em Novoselytsya, na região de Sumi, produz diferentes tipos de fertilizantes químicos, de acordo com o portal da empresa.

Sumi, localizada a 350 quilómetros a leste de Kiev, tem sido palco de confrontos intensos há várias semanas.

O Governo russo tem vindo a intensificar as alegações de que a Ucrânia está a preparar-se para usar armas químicas e desenvolver um programa clandestino.

No domingo, o ministro da Defesa russo declarou que "os nacionalistas" tinham "minado" as instalações de armazenamento de amoníaco e cloro em Sumikhimprom, "com o objetivo de envenenar em massa os habitantes da região de Sumi, no caso de unidades das forças armadas russas entrarem na cidade".

Moscovo negou sempre ter ajudado a Síria na utilização de armas químicas em ataques à população durante a guerra no país. O governo russo também rejeitou ter utilizado substâncias químicas contra o opositor do Presidente Vladimir Putin Alexei Navalny e contra o antigo agente russo Sergei Skripal e a filha Yulia, ambos envenenados.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.