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UE sanciona mais 22 oficiais bielorrussos por apoio à invasão russa

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Foto EPA

A União Europeia (UE) acrescentou hoje 22 oficiais superiores das forças armadas bielorrussas à lista de individualidades alvo de sanções pelo seu apoio à invasão russa da Ucrânia, anunciou o Conselho.

"O Conselho decidiu hoje impor medidas restritivas específicas, na sequência de ações que minam ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia, a 22 altos funcionários militares bielorrussos, tendo em conta o seu papel na tomada de decisões e nos processos de planeamento estratégico que levaram ao envolvimento da Bielorrússia na agressão russa contra a Ucrânia", indica em comunicado a instituição europeia na qual estão representados os 27 Estados-membros.

Em 24 de fevereiro passado, 20 membros das forças armadas bielorrussas já haviam sido incluídos na lista no mesmo contexto, apontando o Conselho que, com os 22 oficiais também da Bielorrússia hoje acrescentados, a lista de pessoas singulares e coletivas alvo de sanções -- designadamente congelamento de ativos e proibição de viajar para ou pela UE -- no quadro da agressão militar russa à Ucrânia ascende já a 702 indivíduos e 53 entidades.

"O envolvimento da Bielorrússia na agressão militar não provocada e injustificada em curso contra a Ucrânia terá um preço elevado. Com estas medidas, estamos a visar aqueles que na Bielorrússia colaboram com estes ataques contra a Ucrânia", comentou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, acrescentando que também o setor do comércio foi visado.

O Conselho precisa que introduziu também hoje "mais restrições no comércio de bens utilizados para a produção ou fabrico de produtos de tabaco, combustíveis minerais, substâncias betuminosas e produtos de hidrocarbonetos gasosos, produtos de cloreto de potássio, produtos de madeira, produtos de cimento, produtos de ferro e aço e produtos de borracha".

"Foram também impostas outras restrições às exportações de bens e tecnologia de dupla utilização, e a certos bens e tecnologia avançados que poderiam contribuir para o desenvolvimento militar, tecnológico, de defesa e segurança da Bielorrússia, juntamente com restrições à prestação de serviços conexos", indica o mesmo comunicado.

De acordo com a UE, "a Bielorrússia apoia a agressão militar russa contra a Ucrânia permitindo à Rússia disparar mísseis balísticos a partir do território bielorrusso, permitindo o transporte de pessoal militar russo e de armas pesadas, tanques e transportadores militares, permitindo aos aviões militares russos sobrevoar o espaço aéreo bielorrusso para a Ucrânia, fornecendo pontos de reabastecimento, e armazenando armas e equipamento militar russo na Bielorrússia, entre outros".

A Rússia lançou na passada quinta-feira uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 2.000 civis, incluindo crianças, segundo o mais recente balanço de Kiev, que não precisa o número de baixas militares.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e de pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, desde o início da invasão da Ucrânia.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.