A Ucrânia alertou hoje para a preparação por parte da Rússia de uma "provocação deliberada" para justificar o envolvimento de tropas bielorrussas na guerra.

"A Rússia prepara uma provocação deliberada para justificar a introdução de tropas bielorrussas", indicou o Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano na rede social Facebook, acrescentando e citando dados dos serviços de inteligência, que há cerca de 300 tanques bielorrussos próximos da fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia.

Segundo o Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano, a coluna de tanques está posicionada na rota Pinsk-Ivanovo-Drahichyn, a 30 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, rejeitou hoje novamente a possibilidade de o Exército bielorrusso participar na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mas disse que reforçou a fronteira ocidental do país com mais cinco batalhões e colocou em alerta os seus sistemas de defesa antiaérea.

O secretário do Conselho de Segurança Nacional e de Defesa ucraniano, Oleksiy Danilov, não descartou um ataque preventivo com mísseis contra a Bielorrússia, segundo o diário Strana.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.