A Guerra Mundo

Rússia tem cada vez menos mísseis e entra "num beco sem saída"

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu esta quinta-feira, depois da Ucrânia sofrer mais um ataque russo em massa, que a Rússia tem "cada vez menos mísseis" e que, com estas operações, está a entrar "num beco sem saída".

"Com cada um destes ataques com mísseis, a Rússia está a afundar-se cada vez mais num beco sem saída. Eles têm cada vez menos mísseis. Em vez disso, terá o estatuto de maior terrorista do mundo durante muito tempo. E cada míssil apenas confirma que tudo isto deve acabar com um tribunal", salientou Zelensky durante o seu habitual discurso noturno diário dirigido à nação.

A Rússia lançou esta quinta-feira um novo ataque em massa contra a infraestrutura de energia da Ucrânia, que causou pelo menos três feridos em Kiev e 90% da cidade de Lviv sem energia.

Segundo o chefe de Estado ucraniano, as Forças Armadas ucranianas derrubaram 54 mísseis e 11 'drones' de ataque, embora algumas bombas tenham sido bem-sucedidas e atingido os seus alvos.

Por causa disso, esta noite há cortes de energia na maioria das regiões da Ucrânia e, segundo o líder ucraniano, a situação é "especialmente difícil" na região de Kiev, na capital e em Lviv, Odessa, Kherson, Vinnytsia e Zakarpattia.

"Os nossos engenheiros de energia e equipas de reparações estão a fazer todos os possíveis durante o dia para que os ucranianos sintam o menos possível as consequências do ataque terrorista", salientou.

Sobre a situação na frente de combate, Zelensky realçou que não existem "mudanças significativas" e que os russos não abandonam "a ideia maluca" de capturar a região de Donetsk.

Zelensky alertou ainda que, a dois dias do final do ano, "talvez o inimigo tente mais uma vez" fazer a Ucrânia celebrar o Ano Novo "às escuras".

A ofensiva militar russa na Ucrânia foi lançada em 24 de fevereiro pela "necessidade de 'desnazificar' e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia", como justificou o Presidente russo, Vladimir Putin.

A guerra, que já dura há mais de 10 meses, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

De acordo com a ONU, a invasão e consequente guerra já causaram a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, dos quais mais de metade para outros países europeus, sendo que há quase 18 milhões de ucranianos a precisar de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de apoio para comer e ter alojamento.