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Trabalhadores das infra-estruturas rodoviárias em greve às horas extra até fim do ano

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O STIR -- Sindicato dos Trabalhadores das Infraestruturas Rodoviárias convocou uma greve às horas extraordinárias na Infraestruturas de Portugal (IP), que começou no dia 06 de dezembro e se prolonga até dia 30, reivindicando aumentos para estes profissionais.

Num comunicado, o STIR garantiu que "a IP não respeitou o acordo de princípio para as atualizações salariais celebrado em 2022 com o STIR e outras organizações sindicais, atribuindo condições mais favoráveis a um grupo restrito de trabalhadores representado por um único sindicato, em detrimento dos restantes".

Na mesma nota, a estrutura sindical disse que não se pode "esquecer todos os outros trabalhadores que não tiveram direito aos aumentos salariais merecidos no ano de 2022", sendo que assim que teve conhecimento do sucedido, solicitou "a abertura de um processo de prevenção de conflitos junto da DGERT -- Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho".

"Na reunião realizada no dia 03/11/2022 pudemos constatar a incapacidade negocial da IP para resolver esta discriminação. Esgotado o diálogo e na estrita defesa dos direitos dos trabalhadores, o STIR apresentou no dia 18/11/2022 um aviso prévio de greve às horas extraordinárias que durará das zero horas do dia 06 de dezembro às vinte e quatro horas do dia 30 de dezembro de 2022", explicou.

Na mesma nota, o STIR disse que tinha "consciência do difícil período que a empresa atravessa dada a necessidade de cumprimento dos ambiciosos calendários definidos pela tutela, quer para o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], quer para o PNI 2030 [Programa Nacional de Investimentos 2030], mas não podem ser os trabalhadores a assumir as sobrecargas de trabalho inerentes à falta de dimensionamento das equipas, quando acresce a desmotivação pela falta de reconhecimento e valorização do seu trabalho".

No pré-aviso de greve, o sindicato queixou-se de "falta de reconhecimento e valorização" do trabalho destes profissionais, destacando condições inferiores de fiscais de obras, desenhadores, topógrafos e outros técnicos face a outros trabalhadores, garantindo ainda que o acordo coletivo de trabalho (ACT) de 2019 "discrimina os trabalhadores da rodovia, limitando a aplicação de vários subsídios e regalias comparativamente a trabalhadores da ferrovia". 

O STIR alerta ainda para o congelamento de carreiras e aumentos muito abaixo do esperado.

Assim, o sindicato quer uma "compensação financeira pela perda do poder de compra de 2022, face à elevada inflação já registada, incluindo um aumento de 85,00 euros com efeitos a 1 de setembro de 2022" e uma "valorização salarial de todos os trabalhadores em 2023 com um aumento de 2% + 52,11 euros, com um mínimo de 104,22 euros, à semelhança do acordo já celebrado para a Função Pública".

Entre várias reivindicações, o STIR pretende o reenquadramento justo de carreiras e a "harmonização das condições de trabalho entre os trabalhadores do grupo IP, cessando assim a discriminação existente".