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O mês da Festa e dos presentes

Chegamos ao último mês do ano. Tivemos tantos acontecimentos, pessoais e coletivos, uns bons e outros menos bons, que até parece que participamos numa grande maratona que está prestes a chegar ao fim.

Dezembro é desde há muito tempo, na nossa terra, o mês da festa e dos Presentes. É ver as ruas a serem enfeitadas e as lojas apelarem às compras de Natal. Este ano, até eu quero contribuir com um Presente, um livro para ser oferecido a quem se interessa pela leitura, que fala da vida e de pessoas concretas. O próprio título da obra “ A Vida é um Presente” enquadra-se perfeitamente no espírito do mês que encerra o nosso ano de 2022.

Este ano que está a terminar correu muito depressa. Tivemos acontecimentos terríveis, como a guerra desencadeada pela Rússia sobre a Ucrânia que, para além de do massacre sobre o povo Ucraniano, desencadeou em todo o mundo, e na Europa em particular, situações gravíssimas de aumento do custo de vida, empobrecendo as populações, sobretudo as que trabalham e pagam impostos, ou então as que estão a pagar dívidas aos bancos de compra de habitação, sofrendo com subidas nas taxas de juros para números incomportáveis, e ficando iminência de perder a sua casa, ficando numa situação de grande precariedade habitacional.

Continuamos a verificar a violação dos direitos humanos em muitos lugares do Planeta onde habitamos. Veja-se o que aconteceu no Irão só porque uma rapariga não colocou o véu como os fanáticos religiosos queriam e que acabou por ser morta. Ainda bem que em muitos lugares se fizeram ouvir as vozes contra esta atrocidade. Até o Mundial de Futebol ficou ferido de morte, com a situação do País onde está a acontecer, o Catar, que não respeita os direitos humanos para todos os seus habitantes. Só na construção luxuosa, e faustosa, dos estádios de futebol, morreram muitos trabalhadores e outros mais ficaram feridos e ainda por cima, sendo tratados como escravos, ganhando miseravelmente, e em condições de habitação horrorosas. Eu gosto muito de futebol, mas sempre que vejo um jogo, não consigo deixar de pensar que o nosso País deveria ter-se demarcado desta situação, e que nenhum alto responsável institucional, deveria ter-se deslocado àquele país, até porque isso não conta nada para o rendimento da nossa seleção, que, até agora, está a portar-se muito bem.

Aqui onde vivemos não me canso de chamar a atenção para a forma como está a nossa cidade. Nenhum dos seus pesadelos foram resolvidos e acho até que estamos piores. Dizem que é fruto dos anos da pandemia e da crise. Até pode ser, mas alguma coisa está a falhar para resolver, ou ajudar a colmatar, tanto vandalismo e insegurança. Também entristece-me que, no Dia para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o nosso Município tivesse congelado a marcha, que marcava esse dia nas ruas da nossa cidade, e que só engrandecia quem a realizava, com uma posição firme, contra um flagelo que atinge de forma séria toda a nossa sociedade. Não podemos continuar a ter vergonha de lutar e de dar o exemplo para todas as gerações, lutando por uma sociedade inclusiva, sem violência, e com mais amor e respeito pelos direitos humanos, dentro das nossas casas. Este será sempre o caminho a prosseguir porque é a forma de dizermos: estamos aqui e vamos continuar a lutar por uma sociedade mais humana e com mais paz e amor.

PS: Deixo o meu convite para amanhã, às 18h, no Teatro Municipal Baltazar Dias, terem contacto com “A Vida é um Presente”.