A Guerra 5 Sentidos

“O que está a acontecer [na Ucrânia] é completamente ridículo”

Madeira 7 Talks juntou na mesma conversa a ucraniana Valentyna Chan e a síria Ramia Ghunim

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A síria Ramia Ghunim, engenheira, empresária e activista, e a ucraniana Valentyna Chan, activista e empresária foram as oradoras no recomeço (2ª parte) do Madeira 7 Talks a decorrer no Nini Design Centre sob a temática ‘Mulheres por Cima!’.

Há 25 anos a viver na Madeira, para Valentyna Chan “o que está a acontecer agora [na Ucrânia] é completamente ridículo”. Só encontra uma justificação: “Guerra geopolítica”.

Por se ter empenhado em ajudar os compatriotas refugiados que chegaram à Madeira ganhou fama como activista. Estima que actualmente a comunidade de refugiados ucranianos na Região seja próximo a meio milhar. “Somos à volta de 480”.

Assume que a sua língua materna é o russo pela forte influência deste idioma no tempo da antiga União Soviética.

Valentyna chegou à Madeira em 1997 como atleta profissional de ténis-de-mesa. Entretanto tirou curso de Biologia e casou com madeirense. Reconhece que tem “pouca aparência de ucraniana” e que alguns julgam-na “koreana”. Conta que quando surgiu a oportunidade para vir para a Madeira os pais foram tenta localizar a região no mapa, que era apenas um ponto no mapa. Prontamente questionaram: “Mas lá cabe a mesa de ténis-de-mesa?”.

Por sua vez Ramia Ghunim veio para Portugal como refugiada da guerra da Síria. Na companhia do marido e dos filhos, a engenheira informática falou da “história muito complicada” que viveu e da “viagem muito longa” que teve de enfrentar até se estabelecer em Portugal, onde iniciou uma “nova vida”, apesar das dificuldades com a nova língua e cultura, além da burocracia que enfrentou para abrir aquele que desde há quase quatro anos é o único restaurante de comida Síria em Portugal.

Sobre a situação actual do seu País, classificou de “muito triste”.