A Guerra Mundo

Kiev multa autarca de Kharkiv por falar russo nos canais oficiais

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As autoridades ucranianas multaram hoje o presidente da câmara de Kharkiv, Igor Terejov, em cerca de 100 euros por falar russo na televisão e gerir as suas redes sociais nessa mesma língua.

Terejov violou uma lei que coloca o ucraniano como língua comum em todo o país, mesmo antes da invasão russa.

A Comissão para a Proteção da Língua do Estado indicou que o autarca foi multado em 3.400 hryvnias (cerca de 93 euros) pelo uso de "linguagem profana" durante os seus discursos na televisão, bem como nas suas páginas do Facebook e do Telegram.

A punição vai entrar em vigor em 04 de dezembro de 2022, data em que terminarão as quatro semanas que Terejov terá para recorrer.

A sanção surge depois de várias autoridades regionais terem denunciado o presidente da câmara de Kharkiv por se dirigir repetidamente aos cidadãos, segundo a agência de notícias Ukrinform.

Em maio de 2021, o chefe da Comissão para a Proteção da Língua do Estado, Taras Kremin, anunciou que iria apertar o controlo na administração de Kharkiv devido a várias violações na assembleia local por deputados pelo uso do idioma russo no parlamento.

Terejov é presidente da câmara de Kharkiv desde 11 de novembro de 2021, quando venceu as eleições antecipadas com pouco mais de 50% devido à morte do seu antecessor, Hennadi Kernes, por covid-19.

O seu partido, Bloque Kernes --- Kharkiv, declara-se como oposição ao Governo central.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.