A Guerra Mundo

Rússia destruiu "toda a infraestrutura crucial" em Kherson

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Foto EPA

A Rússia destruiu "toda a infraestrutura crucial" na cidade de Kherson, recapturada das forças de Moscovo na semana passada pelo Exército ucraniano, disse na noite de hoje o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

"Na véspera do inverno, os ocupantes russos destruíram absolutamente toda a infraestrutura crítica. (...) Todas as instalações importantes da cidade e da região estão minadas", disse o chefe de Estado no seu discurso noturno habitual após visitar Kherson.

De acordo com Zelensky, não há eletricidade, comunicações, Internet e televisão.

"Os ocupantes destruíram tudo sozinhos -- de propósito. Esta é a sua operação especial", observou.

"É isso que a bandeira russa significa -- devastação total", acrescentou, prometendo um regresso à vida normal.

A empresa nacional ucraniana Ukrenergo informou que a Rússia destruiu a principal infraestrutura de energia que abastece toda a margem direita da região de Kherson e uma parte significativa da região de Mykolaiv.

"A maior parte da região libertada de Kherson está sem eletricidade desde 06 de novembro. Estamos a fazer o nosso melhor para fornecer eletricidade à pessoas o mais rápido possível", disse o presidente da Ukrenergo, Volodymyr Kudrytsky.

A reconquista de Kherson (sul), a única capital regional que as tropas de Moscovo conseguiram controlar, desferiu um golpe significativo na ofensiva de Vladimir Putin.

Durante uma visita a Kherson, Zelensky disse que a libertação da cidade é "o começo do fim da guerra".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.