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175 mulheres assassinadas em nove meses na Venezuela

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Foto Shutterstock

Na Venezuela 175 mulheres foram entre janeiro e setembro de 2022, segundo dados divulgados sexta-feira pela Organização Não Governamental Utopix.

"Nos primeiros nove meses e 2022 se registaram 175 femicídios (...) continuamos a alertar e a ver com preocupação que não existe nenhuma proposta concreta do Estado para abordar este problema, o que apenas demonstra a grande falta de políticas públicas relativas à prevenção, cuidados e mitigação da violência de género contra as mulheres", explica a ONG em um comunicado.

Segundo a Utopix foram ainda registados "oito femicídios em grau de frustração e cinco femicídios de mulheres venezuelanas no estrangeiro, especificamente na Colômbia e no Peru".

"Perante esta realidade, devemos dar visibilidade e voz às mulheres e raparigas que morreram às mãos da violência, exigindo ações urgentes do Estado venezuelano face ao aumento da violência e denunciando a impunidade que muitas vezes protege os agressores", explica.

Por outro lado, a ONG precisa que "em 2020, os feminicídios aumentaram alarmantemente para 1 a cada 34 horas, em comparação com 1 feminicídio a cada 72 horas em 2016".

"Em 2021 a média é de 1 femicídio a cada 36 horas. Este ano 2022, a média até setembro é de 1 femicídio a cada 37 horas", explica.

Segundo a ONG 24 mulheres foram assassinadas em setembro na Venezuela, a metade delas nos estados de Lara, Carabobo e Miranda (4 em cada), seguindo-se o Distrito Capital, Bolívar, Zúlia e Barinas com 2 casos cada.

Os estados de Monágas, Trujillo, Táchira e Mérida registaram 1 morte em cada um.

No entanto, o número de femicídios ocorridos entre janeiro e setembro de 2022 é inferior ao registado em igual período de 2021 (180), de 2020 (195) mas mais dos 126 verificados em 2019.

"A maioria das vítimas (de setembro) tinha entre 16 e 25 anos de idade (...) em 9 casos os femicídios ocorreram por arma de fogo, 6 por 'arma branca', 4 por 'violência obstétrica', 2 por golpes e 3 por asfixia mecânica", explica.

Em três casos, os corpos das vítimas foram abandonados em vias públicas, 4 mulheres sofreram torturas e 1 esteve desaparecida.