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Cafôfo promete apoio aos emigrantes em crise na África do Sul

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Foto arquivo

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, despediu-se hoje da África do Sul com a promessa que o executivo de António de Costa vai fazer chegar apoios aos emigrantes portugueses no país, na área da ação social e associativa.

"Tenho verificado que esta comunidade aqui está envelhecida e há também alguns problemas de crise económica. Nas visitas que fiz, nomeadamente a lares, pude constatar isso, mas também no contacto com as associações e aquilo que está aqui preconizado é, o governo português tem apoios para dar, seja no apoio ao associativismo, e aqui podem serem abrangidas instituições sociais da nossa comunidade, mas também temos apoios individualizados para os imigrantes carenciados e temos de fazer com que estes apoios possam chegar às pessoas", salientou Paulo Cafofo, em declarações à Lusa, na capital económica sul-africana.

Nesse sentido, o governante português anunciou que o executivo vai "fazer um mapeamento no terreno com a sinalização das pessoas, fazendo por manchas nas principais cidades das nossas comunidades para que estes apoios possam ser aplicados e ter o efeito que nós queremos que é ajudar quem mais precisa", sem avançar detalhes.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que entre terça-feira e hoje realizou a sua primeira visita oficial ao país para contactar a comunidade portuguesa, considerou que "esta comunidade é uma comunidade que precisa de rejuvenescer-se",

"Eu diria que o que tem acontecido aqui é uma saída dos jovens, aliás eu encontrei pouco jovens nesta minha visita, têm saído poucos para Portugal, a realidade aqui na África do Sul é que partem para países de língua inglesa desde a Austrália, Estados Unidos, Canadá, e o Reino Unido", salientou, sublinhando que "agarrar" as futuras gerações "é o principal desafio que teremos para o futuro".

O governante salientou que o programa de apoio aos imigrantes pode constituir um incentigo a quem queira deixar a África do Sul.

"É preciso dizer que não é um programa que está tutelado pela Secretaria de Estado das Comunidades, é um programa do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e obviamente que nas suas diversas componentes, de emprego, benefícios fiscais, e financiamento através de linhas de apoio, claro que sim, aplica-se a todas as nossas comunidades", explicou.

Depois da Cidade do Cabo, e antes de terminar hoje em Pretória, Paulo Cafofo incluiu deslocações à cidade portuária de Durban e Joanesburgo onde visitou também o mercado abastecedor de frescos da capital económica da África do Sul, que é gerido em mais de 70% por agricultores portugueses oriundos da Região Autónoma da Madeira.

"Isto significa que a sua capacidade de construir, neste caso no setor primário e no setor da comercialização de produtos, é muito forte, e aqui isso significa a importância da nossa comunidade, de gente de trabalho, gente humilde, mas que acaba por ter uma preponderância e relevância que muito orgulha Portugal", segundo o governante português.

Dados oficiais do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, estimam em cerca de 700 mil pessoas a comunidade portuguesa e lusodescendente na maior economia africana, nomeadamente em províncias de grande densidade populacional como Gauteng, KwaZulu-Natal e Cabo Ocidental.

De janeiro deste ano a julho os postos consulares (Joanesburgo, Cidade do Cabo e Pretória) realizaram cerca de 21 mil atos consulares. Em termos de apoios sociais, foram concedidos cerca de 50 apoios desde 2017, segundo fonte do MNE português à Lusa.