Ampliem o Porto do Funchal, pelo amor de Deus

O porto de cruzeiros do Funchal recebeu na passada segunda-feira um dos maiores navios de cruzeiro do mundo, o AIDA Nova, partilhando, na ocasião, o porto com o Azura e o Evrima, sendo o cenário motivo de satisfação para os madeirenses que desde sempre se habituaram a discorrer o olhar sobre o mar, procurando navios, como quem abre os braços para o mundo.

Mas há quem entre nós, não madeirenses ou porto-santenses, mas que por cá vive, queira inquinar a nossa forma de estar, aberta ao mundo, e, sobretudo, o nosso crescimento económico e criação de riqueza.

Em 2021, ano de pandemia e de atividade parada no setor dos cruzeiros, o continental Miguel Iglésias e o PS Madeira assumiram a oposição à ampliação do porto do Funchal, considerando-a uma «obra sem retorno económico».

Dizer que o cais sul do porto do Funchal (a pontinha) não dá para dois AIDA Nova será provavelmente mentira.

Mas sei, contudo, que a tendência das companhias que operam no setor é a de construir cada vez mais navios, ainda maiores, de cruzeiros, pelo que o nosso porto se já não está no limite da sua capacidade a cada nova época de cruzeiros, para lá caminha.

Pelo que, contrário ao olhar de estranhos (não escrevo estrangeiro apenas por questão de rigor), o cenário da passada segunda-feira torna evidente a posição acertada dos nossos governantes quanto à necessidade de se ampliar o porto de cruzeiros do Funchal se quisermos receber mais navios, tendencialmente maiores, e mais passageiros.

Post-scriptum: Um dia depois, na terça-feira, o Diário de Notícias noticiou que o megaiate ‘Kismet’ ficou no “fundeadouro por falta de lugar em cais”. No porto encontravam-se três navios: o Mein Shiff 4, Seaborn Sojourn e o Sirena.

Inácio da Silva