Madeira

Resiliência “tem sido fundamental para chegar aonde nós chegamos”

Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal na XV Edição da Conferência Anual do Turismo

None
Foto: Miguel Espada/Aspress

Na sessão de encerramento deste primeiro dia da XV Edição da Conferência Anual do Turismo (CAT), hoje a decorrer no Centro de Congressos da Madeira (Casino), Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal aproveitou a “oportunidade de meditar e de reflectir sobre aquilo que se está a passar” e dar nota que “os empresários madeirenses, tal como a população e o Governo Regional, têm demonstrado uma resiliência que tem sido fundamental para chegar aonde nós chegados”. Pedro Calado enaltece “a volta muito grande” que a Região tem dado a todos os aspectos negativos que têm surgido ao longo dos anos.

Sendo o evento relacionado com o sector do Turismo, o autarca funchalense destacou o “trabalho de excelência” na política de Turismo do Governo Regional, graças também “à estabilidade governativa” que reina na Região.

Contudo, Pedro Calado voltou a manifestar muita apreensão em relação ao futuro, ciente que “de 22 (2022) para a frente temos uma situação muito diferente, se calhar tão ou mais difícil do que temos tido até agora”, admitiu. A juntar à incerteza, considera delicada a situação política, e pior ainda, “a inflação que está a crescer demasiado”, sem esquecer “o baixo crescimento do PIB”, porque “as taxas de juro voltaram outra vez a estar elevadíssimas” realidade que provoca “insegurança”.

A juntar a tudo isto, “enfrentarmos uma transição climática e uma segurança energética que nos vai lançar muitos desafios”.

Pedro Calado criticou ainda a realidade presente do País, que continua “agarrado à burocracia” para criticar a governação que nos últimos anos “vai-se arrastando, vai lidando suavemente com os problemas”. Para o presidente da CMF importava fazer reformas de fundo.

Calado não tem dúvidas que “vamos ter uma dificuldade enorme nos próximos anos”, também porque “não se olha para as regiões autónomas como se devia olhar em termos de continuidade territorial”. A juntar ao rol das preocupações, lembrou que “estamos num momento crucial de investimento” para dar nota da importância de uma efectiva revisão Constitucional sob pena de chegarmos a 2026/27 sem conseguir executar os Quadros de Apoio, nomeadamente o PRR “e vamos perder uma vez mais a grande capacidade reformista que temos que fazer”, avisou.

Por temer que se nada for feito no imediato estamos a “hipotecar as futuras gerações”, Calado advertiu que “não vamos ter mais oportunidade de aproveitar o crescimento económico” para concluir que este é “o momento decisivo de afirmar muita coisa”.