A apresentação da ‘VIII Maratona do Funchal/ XI Meia Maratona e XI Mini Maratona do Funchal’ ficou marcada pela reacção de Policarpo Gouveia, presidente da Associação de Atletismo da Madeira (AAM), ao ultimato deixado ontem por Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF).

“Ninguém vai ficar preso em casa. Ninguém vai ficar preso durante sete horas. Nada disso vai acontecer”, assegurou o dirigente desportivo, numa clara alusão aos reparos e críticas do autarca funchalense, que já fez saber que o actual figurino da maratona não terá autorização em futuras edições.

Numa demorada conferência de imprensa realizada na sede da AAM, no Estádio de Câmara de Lobos, Policarpo Gouveia assegurou que nos intervalos em que não haja atletas em prova as viaturas poderão avançar, para concluir que da parte da organização “sempre olhamos o global, não só o particular”, disse.

Também criticou “alguns distraídos” para concluir que “falar alto e grosso é sinal que não temos razão”. Questionado pelo DIÁRIO se estas afirmações eram dirigidas ao presidente da Câmara Municipal do Funchal, recusou esclarecer, alegando apenas que essa era uma “ilação” do jornalista.

Antes, Policarpo apresentou inúmeros argumentos para deixar bem claro que “o evento que traz mais pessoas à Madeira é através do atletismo”.

Também disse “estamos abertos a novas sugestões, a novas alterações” e desta forma fazer “parte da solução e não do problema”.

Em relação à prova a ir para a estrada este domingo, dia 23 de Janeiro, conta com 1.269 atletas inscritos - 301 na maratona; 411 na mini-maratona; 557 na meia maratona - , dos quais, 585 são do exterior oriundos de 46 países, com destaque para a Inglaterra, Alemanha, Polónia, França e Itália.

Para acentuar a importância da mesma, lembrou o resultado de um estudo realizado há dois anos (na edição de 2020) que apontava para “um retorno de 2 milhões de euros”. Isto porque em média os atletas visitantes ficam na Região uma semana, reforçou.

Em mais de meia hora de conferência de imprensa, o presidente da AAM lembrou que “nem sempre é fácil arranjarmos 42 km para a maratona”, porque é uma prova que obedece a critérios, nomeadamente “não deve ter mais de 2% de desnível” nem pode ser realizada em simultâneo com circulação de trânsito – uma parte da estrada para a prova, outra para os atletas -, por ser algo incompatível com o estatuto internacional da prova.

Pelo meio também criticou os que criticam os constrangimentos causados pela prova.

“Temos consciência que a nível do trânsito é sempre difícil” porque “um evento desta natureza traz constrangimentos”. Razão do conflito de interesses que é agravado porque “as pessoas estão habituadas a determinado modo de vida e não é fácil mudar mentalidades”, apontou.

Confidenciou que na 1ª edição da Maratona do Funchal recebeu uma ‘chuva’ de telefonemas a reclamar dos constrangimentos provocados pelo evento. Revelou que as queixas continuaram, em decréscimo, até a 3ª edição e desde então já sem reclamações.

A interrupção da circulação rodoviária por causa da realização de provas de atletismo, nomeadamente as designadas ‘VIII Maratona do Funchal/ XI Meia Maratona e XI Mini Maratona do Funchal’ que decorrem no próximo domingo, 23 de Janeiro, vai acabar. A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF), Pedro Calado, esta quinta-feira, 20 de Janeiro, à margem da reunião de Câmara desta semana.