Mundo

Rafael Dochao Moreno em Caracas para chefiar delegação da UE

Foto DR
Foto DR

O novo chefe da delegação da UE na Venezuela chegou, na quarta-feira, a Caracas, para "continuar a manter um diálogo crítico e construtivo" com o país, depois da expulsão da ex-representante.

Rafael Dochao Moreno, que foi acreditado como adido comercial, vai substituir a embaixadora portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, que abandonou a Venezuela, em março, depois de ser declarada 'persona non grata', na sequência do anúncio pela UE de novas sanções contra personalidades ligadas ao regime venezuelano, indicou um comunicado.

"Com a sua nomeação, procura-se continuar a manter um diálogo crítico e construtivo com o país e os seus representantes. A chegada do novo chefe de missão significa também um passo em frente no restabelecimento das relações entre a Venezuela e a UE, após a expulsão da embaixadora Isabel Brilhante Pedrosa", acrescentou a nota.

A UE vai continuar "a concentrar a sua atenção e a apoiar", quando as partes o considerarem útil, "os dois principais processos em curso em estes momentos", salientou.

"Por um lado, o processo de negociação e diálogo que o Executivo de Nicolás Maduro e a Plataforma Unida da Venezuela [oposição] estão a realizar no México com a mediação da Noruega e o acompanhamento da Rússia e dos Países Baixos", indicou.

E, por outro lado, as eleições locais e regionais previstas em 21 de novembro próximo, vistas "como um primeiro passo para melhorar as condições eleitorais" tendo em vista "futuras eleições", referiu.

No documento é também afirmado que a UE vai continuar a apoiar a população venezuelana 2através de todos os seus programas de assistência humanitária e para o desenvolvimento".

A nota explicou que a UE "é o principal doador para atividades dentro da Venezuela, em programas implementados por organizações internacionais [agências da ONU, Movimento da Cruz Vermelha] e ONG [organizações não-governamentais] nacionais e internacionais" com quase 80 milhões de euros mobilizados no último ano e meio "para responder às necessidades da população".

A portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa deixou a Venezuela em março, depois da declaração de 'persona non grata' pelo Governo de Nicolás Maduro, em resposta às sanções do bloco comunitário contra 19 venezuelanos.

A expulsão de Brilhante Pedrosa foi ordenada por Maduro em 24 de fevereiro, tendo sido dado um prazo inicial de 72 horas, depois prorrogado, a pedido da diplomata, devido à escassez de voos.

Em resposta à expulsão da embaixadora, Bruxelas também declarou a chefe da missão da Venezuela junto da UE, Claudia Salerno, 'persona non grata'.

A decisão da UE não implicou a saída da diplomata venezuelana do território comunitário por Salerno ser também embaixadora na Bélgica e no Luxemburgo.

Em 16 de julho, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, de 57 anos, foi nomeada chefe da delegação da UE em Cuba, em substituição do embaixador espanhol Alberto Navarro.