Jorge Sampaio Madeira

PS-Madeira suspende arruadas, convívios e comícios durante luto por Jorge Sampaio

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O PS-Madeira decidiu suspender os comícios, convívios e arruadas durante os dias de luto pela morte do antigo presidente e socialista Jorge Sampaio.

A informação foi confirmada pelo vice-presidente do PS-M, Miguel Iglésias. Nos tês dias de luto, entendeu o partido suspender todas as iniciativas previstas para comícios, convívios partidários e arruadas.

Entretanto, Paulo Cafôfo, líder do PS-M, lembrou, numa publicação no Facebook, "o grande sentido de responsabilidade e elevação" do antigo Presidente da República que "soube sempre defender Portugal e os portugueses".

"É com profundo pesar que lamento a partida do presidente Jorge Sampaio, um bom homem que foi sempre mais que um líder. Como autarca foi um visionário, servindo o seu trabalho como exemplo para muitos outros presidentes de Câmara por esse país fora, com uma postura muito sua, discreta e trabalhadora. Como secretário-geral do PS deixa um legado importante para o partido, afirmando-se como uma das suas figuras maiores. Desempenhou o cargo maior da nação com grande sentido de responsabilidade e elevação, um presidente que soube sempre defender Portugal e os portugueses. O presidente Jorge Sampaio foi sempre um grande amigo da Madeira e defensor da Autonomia. Em todos os cargos que desempenhou, provou ser um homem coerente e maior que a vida. Deixa-nos agora e a ele muito devemos na afirmação do Portugal Democrático. Uma perda inigualável para o PS e para o país." Paulo Cafôfo, presidente do PS-Madeira

Sempre próximo do PS, só em fevereiro de 1978 formaliza a adesão ao Partido Socialista, assumindo logo de início perante o então primeiro-ministro, Mário Soares, a sua discordância quanto à aliança de governo PS/CDS.

No ano seguinte, foi eleito pela primeira vez deputado à Assembleia da República, tendo sido sucessivamente reeleito até 1991. Em 1979 entrou para a Comissão Nacional e Secretariado Nacional do PS.

Em 1987/88 preside ao grupo parlamentar aocialista, assumindo em 1986-87 a responsabilidade das Relações Internacionais.

Em Janeiro de 1989, sucede a Vítor Constâncio, que se tinha demitido do lugar de secretário-geral do partido.

Três anos depois, abandona a liderança dos socialistas na sequência da vitória de António Guterres no Congresso Nacional de 23 de Fevereiro de 1992.

O resultado das legislativas de Outubro de 1991, com a derrota do PS, tinha aumentado a contestação à liderança de Sampaio, com Guterres a assumir-se como alternativa.

O Presidente que lia "romances, poesia e ensaio", como afirmou em 2001, confessou um dia que gostava de "demasiadas coisas" -- todo o tipo de música, grandes caminhadas, futebol (era do Sporting) e urbanismo, fotografia e cinema, tendo Eça de Queiroz, Rodrigues Miguéis e William Shakespeare, James Joyce e Albert Camus como referências na literatura.

A sua candidatura presidencial foi apresentada em 1995, numa declaração de 15 minutos. Foi posteriormente apoiado pelo PS e foi eleito em 14 de Janeiro de 1996, à primeira volta.

Foi investido no cargo de Presidente da República no dia 9 de Março desse ano. Cumpriria um segundo mandato, até 2006. No seu discurso de posse para o primeiro mandato, emocionou-se por várias vezes e declarou: "Não há maiorias presidenciais. Serei o Presidente de todos os portugueses. De todos, sem excepção".