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Maduro aplaude decisão da oposição de participar nas eleições de Novembro

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O Presidente da Venezuela aplaudiu a decisão da Plataforma Unitária da Venezuela (PUV), que reúne vários partidos que apoiam o líder opositor Juan Guaidó), de participar nas eleições estaduais e municipais, marcadas para 21 de novembro.

"Peço um aplauso, porque é digno de aplaudir, o gesto político de participar outra vez em eleições", disse Nicolás Maduro na terça-feira.

Nicolás Maduro falava durante um ato político, com candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), transmitido pela televisão estatal venezuelana.

O primeiro mandatário venezuelano, disse já ter previsto que a "oposição radical" retomaria o caminho eleitoral e atribuiu a decisão dos opositores a uma vitória do 'chavismo'.

"Jorge Rodríguez [representante do regime nas negociações com a posição] é um dos arquitetos dessa participação, porque se reuniu com eles mil vezes. Um aplauso para Jorge Rodríguez pela sua capacidade de diálogo, de convencimento, de trabalho", afirmou, sublinhando que convenceu a oposição em seu nome.

Maduro acusou "muitos dos opositores" de terem participado em planos para assassiná-lo e manifestações antirregime, inclusive no "assassínio de gente inocente", frisando, no entanto, que "isso é o que 'há' [temos]".

"Com o peso da Constituição e da Justiça, por um lado, e o da democracia e do diálogo inclusivo por outro, temos ido construindo este caminho", acrescentou.

O Presidente da Venezuela insistiu em felicitar a oposição pela decisão que tomou e instou os simpatizantes de vários líderes opositores a votarem nos seus candidatos.

 "Trouxemos toda a oposição venezuelana ao campo eleitoral e, quanto estiverem a inscrever os candidatos (...), nesse mesmo ato estarão a reconhecer a legitimidade do Conselho Nacional Eleitoral e da nova Assembleia Nacional [parlamento, atualmente controlado pelo regime]", salientou.

Nicolás Maduro disse ainda que os problemas da Venezuela devem ser dirimidos entre os venezuelanos e pela via democrática, que "nunca mais ninguém possa sonhar em tomar o poder sem passar pelas urnas eleitorais".

"Eu disse a Cília [Flores, mulher do Presidente] que vá buscar as pipocas, porque vou sentar-me na minha poltrona para ver Juan Guaidó votar a 21 de novembro", frisou.

A PUV anunciou na terça-feira que vai participar nas eleições estaduais e municipais.

A oposição diz ter tomado a decisão devido à "situação difícil" e que o país atravessa e a "urgência em encontrar soluções". Mas também desatcou que as "eleições não serão justas nem convencionais" e que "a ditadura impôs sérios obstáculos que comprometem o desejo de mudança" dos venezuelanos.

Segundo a oposição, esta "decisão complementa os esforços em curso no México [negociações entre o Governo e a oposição], que apontam a uma solução pacífica e negociada" e que "não se trata de reconhecer um Governo", que a oposição diz ser ilegítimo.

Representantes do Governo do Presidente e da oposição aliada de Juan Guaidó iniciaram, em 13 de agosto, uma nova ronda de negociações, no México, com a mediação da Noruega, que vai ser retomada em 03 de setembro.