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Habitação e ruído são os principais problemas

Texto: Marco Livramento | Fotos: Rui Silva/Aspress

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Santa Maria Maior é uma freguesia que prima pela diversidade, mas também pela dispersão que se estende do mar à serra. Os mais distraídos poderão julgar que o seu território se limita à Zona Velha da cidade, mas, na verdade, vai muito além das portas pintadas e até já teve uma aldeia etnográfica no alto das Carreiras, que veiculada uma história que se perde no tempo.

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Quase tão antigos quanto a sua história são alguns dos problemas que ainda hoje afectam quem vive em Santa Maria Maior uma vida inteira. Há problemas de habitação, são pedidas mais e melhores acessibilidades, há quem peça mais policiamento e fiscalização. Ainda assim, praticamente todos aqueles com quem falámos neste pequeno périplo pela freguesia não trocam o seu cantinho por qualquer outro lugar. Afinal de contas, é em Santa Maria Maior que têm as suas raízes e referências.

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Que o diga Ana Teixeira, que só se lembra de viver no Bairro de Santa Maria. Além da saúde que já vai faltando, pede uma caixa multibanco e um supermercado ali perto. O padeiro passa à porta quatro vezes por dia, os vendedores de gás também passam com muita frequência, fazendo pensar que não estamos quase no centro da cidade do Funchal. Os elogios estendem-se à recolha de lixo e à limpeza do bairro. “O nosso bairro está quase sempre limpo. Não está mais limpo porque as pessoas jogam tudo para p chão”, aponta.

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Ali perto, quem tem razões de queixa é Maria Lurdes Abreu. À cabeça os problemas de infiltrações da sua casa, em pleno Bairro de Santa Maria. Foram vários os pedidos, muitos os requerimentos, mas o problema persiste. “Há que anos tenho requerimentos feitos e ainda nada. Isto tem me posto doente”, desabafa. “Ninguém me ajuda”, refere mostrando os problemas no soalho e no telhado.

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A estrada da ‘rocha’, na zona do Lazareto, há anos que espera por obras de alargamento. Enquanto tal não acontece, todos os anos, tanto no Verão, como no Inverno, caem pedras.  Há projectos, há promessas, mas as soluções tardam em sair do papel. “Felizmente temos tido sorte e ainda ninguém foi atingido”, atira uma das moradas que reivindica maior atenção às acessibilidades, mas que não deixa de apontar falhas no policiamento e na segurança.

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Também por aqui, faz falta um multibanco. O dinheiro pode ser pouco, mas o que há mais facilmente podia ser ‘gerido’. Para o largo do Lazareto, pedem um jardim em condições. Falta água para regar as plantas e à noite pedem mais vigilância para evitar delinquência. “Isto aqui dentro à noite precisa de polícia”, apontam. E não é apenas aqui, pois na Zona Velha, nos últimos anos, os moradores têm sido ‘despejados’ para dar lugar ao comércio e à restauração. Os que resistem, queixam-se do ruído, mesmo que por agora, com a pandemia, o problema tenha sido minorado. “Mas já está a voltar tudo ao mesmo”, critica João Silva, que pede mais fiscalização.

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Num misto de revolta com reivindicação, um pouco por toda a freguesia, incluindo na zona mais próxima do centro da cidade, há quem aponte o dedo aos proprietários dos terrenos com muito mato por limpar. O tempo seco tem sido amigo, “porque ainda não houve ninguém que se lembrasse de lá ir pegar lume”. A acontecer, o problema poderá ser bastante grave. E quando cortam o mato, tardam em retirar o material combustível.