Obrigada Senhor!

Sentada no meu jardim, na velhinha cadeira de vimes onde, tanta e tanta vez, se sentou a minha querida Mãe, ouvia o cântico de um bando de passarinhos que se baloiçava num dos fios de telefone, despreocupadamente. O ano de 2021 caminhava a passos rápidos na tarefa de entregar a 2022, tudo em ordem. Seria capaz, depois de tantas vicissitudes?

Tudo, mesmo tudo, era uma verdadeira incógnita. Mas, porque a vida continua, os passarinhos continuavam no seu cantar à desgarrada. Seria uma melodia de agradecimento ou de despedida? Não sei. Mas, neste momento de paz, uma prece vem à minha alma, uma prece muito sentida. Elevei para o Alto o meu olhar e, devagar, muito devagarinho, disse:

- Obrigada, Senhor!

• Pelo dom da vida

• Pela família que me deste e que esteve sempre comigo neste caminhar da vida

• Pelos amigos que caminharam ao meu lado e me acarinharam com o olhar

• Pelos amigos de longe que, apenas com uma palavra amiga, encurtaram a distância

• Pelos momentos mais felizes que vivi e pelos menos felizes que não deixaram que a luz do ânimo estivesse comigo

• Por todos os que pensaram em mim

• Pelos bons-dias que recebi e pelas boas-noites que, de mansinho, tornaram menos longas as minhas noites de insónias

• Pelos amigos que já partiram e que já não estando cá, Te falam de mim

• Por todos aqueles que trabalham para que esta pandemia se vá mesmo embora e nos deixe viver em Harmonia

• Pelo distribuidor do Diário que, quer chova, quer faça bom tempo, chega de madrugada à minha caixa de correio

• Por tudo o que me aconteceu e possa ter esquecido de agradecer