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Jornalista e escritor Vasco Callixto morre aos 96 anos

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O jornalista e escritor português Vasco Callixto, que se destacou sobretudo na escrita sobre viagens e sobre automobilismo, morreu na segunda-feira aos 96 anos, no concelho de Loures, revelou hoje à Lusa fonte da família.

Vasco Callixto começou a colaborar com a imprensa portuguesa na década de 1940, nomeadamente na revista Turismo ou nos jornais Diário de Notícias e O Século, dirigiu ainda a revista Rodoviária, entre os anos 1970 e 1990, sendo considerado hoje um dos pioneiros do jornalismo de viagens.

Nascido a 12 de janeiro de 1925 na Amadora, de uma família com raízes alentejanas, Vasco Callixto disse este ano, numa entrevista ao jornal Público, que herdou o prazer das histórias e das viagens do avô, Carlos Callixto, primeiro jornalista desportivo português, deputado na Primeira República e que esteve envolvido na organização das primeiras provas desportivas de automobilismo.

Vasco Callixto deu a volta ao mundo, foi o primeiro português a alcançar o Cabo Norte (Noruega) de automóvel e visitou mais de 70 países. Esse prazer de escrever sobre automobilismo e sobre viagens ficou registado em cerca de 50 livros, publicados a partir dos anos 1960.

Destaque para os dois volumes de "Fala a Velha Guarda" (1962-1963), que recupera entrevistas a antigos automobilistas portugueses, e as obras "Viagem até às portas da Ásia" (1969), "Viagem à Índia" (1985) e "Uma volta ao mundo em português" (1996).

Escreveu ainda sobre aviação, sobre a família e a ligação a Serpa, e este ano publicou, em edição de autor, um livro sobre os 500 anos da primeira viagem de circum-navegação, intitulado "Escritos sobre a viagem Magalhães-Elcano".

Em 2020, Vasco Callixto foi condecorado pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de comendador da Ordem de Mérito.