Natal, alegria e meditação

Natal é alegria. Época dedicada aos festejos, aos convívios familiares, à troca de presentes. Quadra aguardada e, posteriormente, vivida pelas crianças de todo o mundo cristão, com a magia que só ela contém.

Mas o Natal é também uma época de profundo sentimento e, muitas vezes, de enorme angústia e sofrimento, sobretudo para aqueles que perderam os seus ente-queridos, mormente em tempos recentes.

A dor e a saudade têm, felizmente, o condão de irem diminuindo com o passar do tempo, mas enquanto o tempo não passa, o sofrimento é extremamente doloroso.

Quer estejam em causa familiares ou amigos mais queridos.

Há datas, ao longo do ano, nas quais eles são sempre recordados e a dor fustiga, mas na quadra natalícia a sensibilidade de todos os que, por enquanto, cá ficaram, atinge, inegavelmente, o seu ponto máximo e a tristeza a todos invade de modo mais duro e angustiante.

Bom, mas isto é a LEI DA VIDA e pouco ou nada vale a pena lamentar, pois para o lugar daqueles que partiram, todos nós um dia para lá iremos e aqueles que hoje não têm razões para sofrer, um dia chegará o seu sofrimento.

Isto, dizemos nós, e dizem todos aqueles que têm a consciência dessa chamada “lei da vida”.

Mas há os que não têm. Os que nas suas rudimentares cabecinhas acham que podem e devem fazer o que lhes apetece, pois sentem-se acima da LEI, livres de qualquer punição e com a presumível noção de que a vida para eles não tem fim.

Mesmo com flagrantes e tristes “espelhos” à sua frente, teimam em pensar somente em si próprios ´em atingirem fins sem olharem a meios.

Seria bom que neste NATAL tirassem um tempinho para pensarem que, por vezes, as coisas têm um fim inesperado, que não só a morte acaba com a vida.

Neste momento, todo o País – e parte do mundo – assiste a alguém que em pouco menos de 24 horas passou de um quarto de um luxuoso hotel de cinco estrelas para uma rudimentar cela de uma das mais perigosas cadeias do mundo.

Do convívio com magnatas, gente da chamada alta sociedade, para a “companhia” de cadastrados, criminosos natos, gente da pior espécie.

Por conseguinte, achamos que, O NATAL pode e deve ser também uma época de meditação.

Aliás, ele, já por si, provavelmente, sendo um pouco melhor do que o ano transato, ainda está longe de ter o brilhantismo de outros tempos.

O perigo da pandemia persiste e obriga a cada um de nós a tomada de cuidados a bem de nós próprios e daqueles que nos rodeiam.

Se, individualmente, fizermos a nossa parte, - e temos que o fazer - é possível, contudo, termos coletivamente um Natal Feliz.

Especialmente, no seio das famílias, cujo ano 2021 não lhes tivesse sido tão triste e tão doloroso quanto o foi para vários lares portugueses e, consequentemente, madeirenses.

Juvenal Pereira